segunda-feira, 30 de maio de 2011

Refletindo Sobre Livros, História & Colonialismo

Li, recentemente dois livros sobre colonialismo: o de Isabel Allende, A Ilha Sob o Mar e o último do Vargas Llosa, O Sonho do Celta.
Gostei razoavelmente do primeiro e não gostei muito do segundo.
Mas, tanto um quanto o outro me fizeram pensar nas formas de colonialismo que existem e existiram no mundo.
E como esta forma violenta, devastadora, de expansão territorial marcou o que se entende hoje como: Mundo Moderno.
Mapa do colonialismo nas Américas em 1763

O livro da Isabel Allende mostra a que preço foi feita a colonização do Haiti e ao lê-lo, entendemos melhor a história do povo desta ilha, até hoje vivendo abaixo da linha da miséria, com sucessivas ditaduras ao longo dos séculos. Seguindo sendo explorada, dizimada, trucidando-se e sendo trucidados por outros povos e por eles próprios.

O livro do Vargas Llosa mostra também, como a África e a América do Sul foram repartidas entre os países europeus colonizadores e de que forma esta colonização, supostamente feita para levar "cultura", religião, educação, "tirar os povos da barbárie" em que se encontravam, era somente uma fachada para a exploração desmedida, a usurpação dos valores culturais, o extermínio de populações indígenas e tribais.
Eu sou de opinião que os romances históricos são de extrema importância, pois é através desta visão, deste "olhar para trás" que entendemos o passado e podemos analisar o presente e não repetir ou tentar não repetir os mesmos erros no futuro. Mas o ser humano, quanto mais poder tem, menos pensa no outro. A ambição por riqueza e poder promove as guerras, os radicalismos, o terror. O que são as guerras senão a tentativa de fazer valer pela força os valores de um povo sobre o outro?
Os países colonizados, entre eles o Brasil, deram o suporte para que as "grandes nações" do mundo fossem o que são. As igrejas, catedrais, museus, cultura, belezas arquitetônicas, em sua maioria, foram patrocinadas pelo nosso ouro, nossa borracha, nossas inúmeras riquezas, usurpadas, trocadas e barganhadas, algumas, exploradas até se extinguirem.
Isto sem falar nos povos que simplesmente desapareceram ou foram escravizados e mutilados em suas culturas e valores.
Tudo isto me faz pensar até que ponto uma nação pode ou deve alterar e interferir na cultura de um outro povo. Seja em nome de religiões ou direitos humanos ( aos nossos olhos, não aos deles).
Ao fazermos isto não estaríamos repetindo os erros do passado?
Procurem ler e refletir sobre este assunto...
Boa Semana!

19 comentários:

Penélope disse...

Há muitas verdades e também especulações sobre os colonialismos...
Quanto a senhora Allende, depois de sua estadia pelos cargos políticos ficou muito tendenciosa em suas escritas...
Abraços

Manuela Freitas disse...

Toda esta barbárie tem que ser contextualizada no tempo…sempre os poderosos exploraram os mais fracos, além disso também há um aspecto a considerar, os colonizadores também foram colonizados! Sempre se usam argumentos falaciosos para colonizar, é verdade…porque sempre se procura explorar! Desde sempre, quando o homem ganhou consciência da posse, sempre tentou ludibriar e violentar, para adquirir o que desejava! Todo este assunto é muito vasto e de facto não é num comentário que se pode desenvolver o assunto!
Eu sou grande apreciadora de romances históricos, baseados em fontes, mas obviamente que depois terão a sua componente ficcionada.
Beijinhos Glorinha Leão e «liona», kkkkkkkkkkkk
Manu

Glorinha L de Lion disse...

Olá Malu, a Isabel Allende não escreve como gosto, mas há que se validar suas pesquisas históricas, não acha? beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Com certeza Manu, isto é inerente ao homem, dominar e ser dominado. Subjugar e ser subjugado. Faz parte de nossa humanidade e o passado e o presente nos mostram a todo instante como fatos são deturpados por quem fez e faz a história. Adorei seu comentário, minha querida, vamos refletir, é isso o que desejo! Beijos,

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amiga Glorinha!

Perfeita a abordagem a este tema que como Portuguesa me "envergonha".
Sim, amiga, as razões dadas sempre foram "fachada" para camuflar os verdadeiros interesses; usurpar todas as riquezas e contribuir para o "atraso" dos povos dominados.
Basta ver como vivem os que mais tarde se libertaram do jugo dos colonizadores.

Parabéns.
Dizer e ouvir a verdade pode incomodar muita gente, mas eu sempre serei fiel a mim mesma.

Beijo

Anônimo disse...

Bom dia,
Estou passando para lhe desejar uma linda semana de paz!
abraço fraterno
Maria Alice

Glorinha L de Lion disse...

Pois é Ná, desde o início dos tempos a humanidade escraviza e domina os mais fracos. Não acho que deva envergonhar-se do que os nossos antepassados fizeram, afinal havia todo um contexto, como bem disse o Manu. Ainda hj se vê isto, sob outras formas. Hj os grandes colonizadores estão empobrecidos e os antigos colonizados talvez se tornem os novos colonizadores. Os EUA já fazem isto há tempos, não é? Beijos querida, adorei tua contribuição ao debate,

Glorinha L de Lion disse...

Obrigada Maria Alice, o mesmo pra vc!
bjs,

Penélope disse...

Grata por estar em meu INFINITO, estarei aqui, também, Gloria.
Um grande abraço

Glorinha L de Lion disse...

Abraço tb Malu, obrigada,

R. R. Barcellos disse...

- Tema difícil, principalmente se tratado num espaço restrito como a página de um blog. O modelo antigo de colonialismo político está quase completamente substituído pelo modelo novo da dominação mercantilista e econômica. As motivações são as mesmas e os resultados também.
- Abraços.

Anônimo disse...

Esse e o chamado neo-colonialismo, ou, como muitos chamam, imperialismo (onde nao ha colonizacao, mas ha influencia do Imperio). Nao sao erros do passado. Sao erros do presente, infelizmente.

Bjx

Roy

Glorinha L de Lion disse...

Oi Rodolfo, amigo, vc tem toda a razão. Outras formas de imperialismo vem sendo feitas sempre escravizando muitos em favor de uns poucos, como aliás, sempre foi. Quis levantar essa lebre para repensarmos nossas atitudes com relação a alguns povos acusados de bárbaros e de como tentamos impor nossa cultura a eles. Beijão, é sempre bom te ver por aqui!

Glorinha L de Lion disse...

Foi isso mesmo que eu disse Roy. E é importante conhecer o passado, pois é através dele que entendemos o presente e quiçá, o futuro. beijos,

Lívia Azzi disse...

Seu post é daqueles de nos deixar refletindo e pensando bem, até em o que comentar...

Conseguiu dizer o indizível e com muita elegância Glorinha!

Gostei do comentário da Ná também.

Beijos...

Glorinha L de Lion disse...

Obrigada Livinha. Às vezes o indizível está nas entrelinhas...nem é preciso dizê-lo com todas as letras, não é? Mas é pra se refletir que fiz esse post...reflitamos, pois...beijinhos, obrigada pela gentileza,

pensandoemfamilia disse...

Oi Glorinha
Tema complexo, mas abordado bem e de forma interessante.

obs

Lá no esapaço tem um convite, oassa lá.
bjs

Glorinha L de Lion disse...

OI Norma, obrigada querida, vou passar sim...beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Pois é Alê. A dominação continua, agora sob outras formas, algumas disfarçadas, outras escancaradas. Nosso próprio povo, como tantos outros, devido à ignorância e à sanha dos corruptos continua atrelada, amarrada pelos punhos, pelo cabresto, aos antigos novos coronéis. Os de sempre. Os que usam a miséria e a ignorância como desculpa e moeda de troca pra continuar com o cabresto, com a esmola disfarçada de "caridade" e a igreja por trás disso tudo, salvas raras exceções, optando pelos ricos e poderosos em detrimento dos que precisam de educação e saúde. E o tio Sam, chapeludo (rsrs) continua usando as desculpas amorais de sempre pra invadir, tomar, conspirar, inventar. Triste mundo esse nosso, onde o tempo passa e muito pouco muda, beijos, adorei falar com vc, dá até gosto!