Da Arte De Jogar Um Balde De Água Fria

Existem pessoas que sabem, como ninguém, jogar um balde de água fria na gente.
Parece que a possibilidade de ver outra pessoa feliz ou realizada dói-lhe a alma. Seja por frustração, inveja, ou pelo simples fato de não querer ver o outro fazendo algo que, a seus olhos, lhe parece uma coisa superior ao que ele próprio faz.
Felicidade incomoda.
Só pode ser isso...o inconsciente manda logo que diga pra gente: você não vai conseguir, vá fazer outra coisa, você não é capaz, vá trabalhar como vendedora numa loja, tem que ter conhecimento nesse meio, sem indicação não se consegue nada, etc, etc, etc...
Foi isso o que ouvi ontem. E o pior, de uma pessoa que diz gostar muito de mim.
Eu desliguei o telefone e comecei a chorar...se já está um parto fazer o que me proponho, ouvir esse tipo de coisa, ainda me fez sentir mais incapaz, mais longe do meu sonho, mais impossível conseguir...Ao mesmo tempo, me deu uma raiva enorme...Raiva por existir gente assim, que na hora em que mais precisamos de apoio, diz exatamente o que não é pra dizer...Coloca em cima da gente os seus recalques e joga a água mais gelada que tiver guardada na alma em cima de quem está precisando de um carinho, de um aconchego.
Chega a ser crueldade, pois no momento em que estamos mais frágeis, palavras podem cortar como lâminas afiadas.
Mas eu não vou desistir. Vou atrás do que quero. E vou conseguir. E realmente não tenho conhecimentos com gente importante e nem tenho o tal do QI (quem indica). Meu QI é outro. E é meu. Isso ninguém tira de mim. Nem minha capacidade de sonhar e de fazer. Posso não ser um Saramago ou um Drummond.
Mas sou Glorinha. E meu sobrenome, é Leão.