sábado, 29 de outubro de 2011

Minha Queridona Se Foi

Escolhi essas margaridas pela sua beleza, simplicidade e pureza para homenagear minha amiga irmã Welze do blog Gostosuras sem Travessuras que partiu ainda há pouco desta vida.
Ela era aquela que sempre tinha uma palavra de consolo, os abraços abertos para acarinhar, o ombro amigo para nos sustentar.
Era uma fortaleza de mulher, ajudando a tudo e todos, sempre comemorando cada aniversário com renovada alegria, uma pessoa que soube tirar da vida cada pedacinho de felicidade. Amou demais e foi também, muito amada.
Nunca a esquecerei, minha queridona.
Que sua família encontre na união, a força e o consolo necessários para seguir adiante.
Dedico esse post à memória de Welze de Fátima, minha grande amiga.

"Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas, ficarão."
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Escafandro e a Borboleta

Depois de mais de um mês em depressão profunda, sem vontade de nada, eis-me aqui de volta, retornando aos poucos e, pela primeira vez em tanto tempo, com vontade de escrever.
Semana passada assisti ao filme O Escafandro e a Borboleta. Estranho, porque nunca tive vontade de vê-lo, achava que iria ficar aflita, pois se trata de uma estória real de um editor da Elle francesa, um homem bem de vida, jovem, rico, que havia largado a mulher e os filhos para ficar com a amante. Um dia, passeando no seu conversível caríssimo, ao lado do filho, ele sofre um AVC raro, cujas sequelas são muito graves, porém continua com o cérebro funcionando, mas não pode se mexer, comer, andar, falar. Só um olho se mexe e assim, através desse único olho, com a ajuda da assistente da sua editora ele "dita um livro" através de piscadas para as letras certas.
Pois nesse dia, assisti, e pude fazer uma correlação com o que se passava comigo.
Enfim, é um filme comovente porque mostra um homem preso em seu próprio corpo ( o escafandro), que descobre que possui seu cérebro funcionando perfeitamente e, com humor até, descobre ( a borboleta ) que o faz sonhar, imaginar, voar, criar...
Tracei esse paralelo com o vem acontecendo comigo e de como me senti, nesse tempo todo, guardadas as devidas proporções, como uma pessoa presa em seu próprio corpo. Eu queria sair, eu queria me libertar, mas não conseguia.
Nunca entendi bem do que se tratava a depressão, pois nunca imaginei que um dia teria esse tipo de doença da alma.. Há casos na minha família de depressão crônica, mas sempre achei que bastava que a pessoa se esforçasse para sair dela. Achava meio falta do que fazer, do que pensar, que bastava se ocupar, ocupar a mente para resolver o problema.
Ledo engano! Quanta ignorância!
A depressão é algo que nos incapacita para a vida, para as tarefas mais banais e ainda há os efeitos colaterais dos medicamentos: enjoo, náusea, um sono que parece não passar nunca, vontade de estar sozinha e não fazer nada, nem falar com ninguém. Neste mais de um mês, não li e nem escrevi uma única linha. Meu segundo romance está parado. Eu me sentia uma morta viva, sem vontade, onde nada no mundo parecia me dar prazer, um ínfimo prazer, um pequeno sorriso...E como aconteceu de repente!
Eu achava que minha criatividade havia se acabado, que nunca mais voltaria a escrever, que minha casa era meu túmulo, meu escafandro e eu, a borboleta, acabaria morrendo por falta de voar...
Hoje, acordei melhor. Acho que finalmente o remédio está fazendo efeito, embora ainda sinta muito sono, mas não do jeito que eu sentia nas primeiras semanas. Eu dizia que parecia meus cachorros: cochilava e acordava de meia em meia hora...
Enfim, não quero ser chata e ficar aqui me lamentando. Quero brindar com todos vocês que vieram aqui, deixaram comentários carinhosos, que me ligaram, me mandaram emails, mesmo quando eu não respondia.
Quero comemorar essa pequena melhora, mas que, para mim, representa uma grande vitória.
Aguardemos os próximos dias. Espero que as grades da janela desapareçam e só fiquem as flores para que a borboleta possa sair e voar novamente pelos caminhos mágicos da imaginação.
Grande beijo a todos e minha gratidão,

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Em Recuperação

Estou descansando.
Estou me recuperando.
Ainda não estou 100%, mas estou medicada e espero voltar logo.
Por enquanto, preciso desse tempo pra mim. Dessa pausa.
Grande beijo a todos.
Até Breve!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Concurso Uma Foto Mil Lembranças- Um Convite

Foto roubada da minha amiga Beth Mãe Gaia

A Somnia Borboleta é uma pessoa pra lá de interessante, simpática, antenada, que tem um carisma incrível e fez inúmeras amigas pelo mundo. Ela é artista plástica e formada em filosofia, entre outras coisas...
Ela fez um concurso em que várias/os blogueiros participaram falando sobre uma foto e as lembranças que esta foto lhes trouxe.
Gostaria de convidar a todos para darem um pulo em seu blog e lerem as várias estórias de vida incríveis, emocionantes que pessoas sensíveis da blogosfera contaram.
Para votar no melhor texto é só clicar na enquete na barra lateral.
Os textos estão imperdíveis.
Vale a pena passar por lá.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Rosinhas Trepadeiras

Hoje eu queria flores na entrada
Muitas rosinhas trepadeiras
colorindo o meu umbral
Hoje eu queria rosas pela casa
enfeitando cada canto
perfumando cada cômodo
enchendo minha alma
de cheiros bons

A tristeza está indo embora
não sinto saudades dela
andava cansada dela
e de sua mania irritante
de se meter em tudo
de sujar tudo de cinza
pisando em silêncio
amassando a grama verde
com seus pés enormes e pesados
Começo a vislumbrar a mim mesma
atrás da porta florida
será que sou eu mesma?
Certamente que não sou mais a mesma
Aprendi com a dor
a respeitar a dor alheia
Mas, saio inteira
ainda que em pedaços costurados
pequenos remendos aqui e acolá

Hoje trago rosas no peito
não mais o sufocamento
a sensação de estar morta em vida
A dor, vez em quando
ainda arde
Mas agora sei como curá-la:
Perfume de flores
Amor
Amizade
Não há remédio melhor para dor de alma.

foto Lauren Wardell

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Hold On



Desviando o olhar do meu próprio umbigo, eis aqui um dos mais belos trabalhos humanitários do mundo.
Um dos vídeos mais emocionantes e tocantes que já vi sobre Os Médicos Sem Fronteiras, mostrando que se ajudarmos, haverá esperança para estas milhares de crianças e seres humanos. Não deixe de ver. Eles aguentam firme.
Ajude! Seja doador!

sábado, 1 de outubro de 2011

A Viagem e A Mala Que Quase Virou Suco

Lá fui eu e Betita, minha amiga, mais que amiga e fiel escudeira rumo à Sampa. Eu estava mal, bem mal. Pânico, angústia, bolo no peito, agonia que não sabia explicar. Tinha consciência que os sintomas eram de síndrome do pânico, mas estava medicada e com meus florais ao lado e mais o 35 da Almeida Prado que minha sobrinha toma e me recomendou. Enfim, faltava controlar meu inconsciente que teimava em me assombrar sem eu saber porque. Respiração. Inspire pensamentos bons, expire as coisas ruins, me ensinou meu marido antes de eu partir. E lá fui eu fazendo isso a viagem toda, o que me ajudou bastante.
Eu pensava:
- O que estou fazendo aqui, nesse ônibus? Porque não cancelei tudo?
-Porque quis cumprir minha palavra, não podia furar depois do trabalho todo que a Macá tinha tido.
O que eu vou dizer para aquelas mulheres? Que palavras de esperança posso transmitir se estou assim?
Enfim, foram seis horas de pura agonia.
Quando embarcamos no ônibus em Niterói a Beth falou pra mim:
- Glorinha, vamos entrar por último que assim, nossas malas ficam logo na frente e seremos as primeiras a pegá-las lá em SP.
- Ótima ideia!
E assim fizemos.
Ao entregar minha passagem ao motorista ouvi uma senhora pedindo a ele se poderia parar em certa altura da rodovia para que ela saltasse ao que ele respondeu que iria sim, mas que era perigoso.
Entrei e esqueci disso.
Ele parou 3 vezes no decorrer da viagem e como vi algumas pessoas passando por nós, concluí que iriam saltar em alguma cidade ao longo da estrada.
Quando saltamos, saiu a mala da Beth e  do restante das pessoas e, cadê a minha?
Sobrou uma mala preta, bem parecida com a minha, mas que não era a minha.
Vieram os rapazes da 1001 e eu confrontei o motorista:
- O senhor parou na estrada para passageiros descerem. O senhor deu a minha mala pra alguém.
E ele negava, dizia que não, donde concluí na mesma hora que o tal "perigoso" do qual ele falara à tal senhora significava "ilegal". Ele continuou negando, temeroso.
E eu:
- Mas meu senhor, essa mala não é minha e está sobrando, então alguém que saltou na estrada levou a minha.
Ele negava.
Eu bufava, o coração queria saltar pela boca, o estômago revirava...
Fomos ao guichê, onde relatamos tudo. A sorte é que a tal mala que sobrara tinha um número de telefone. Depois de mais de meia hora, vieram nos dar a notícia de que acharam a tal senhora e que realmente ela estava com a minha mala!
Que vontade de trucidar aquele motorista FDP que além de fazer uma coisa ilegal, ainda mentiu e nem conferiu o papelzinho com o número da bagagem.
Resumo da ópera: Minha mala foi parar em Campinas, a moça de lá não queria devolver a minha enquanto a dela não chegasse. A filha da mãe pega a mala dos outros e ainda quer fazê-la de refém!
Ficamos mais de 2 hs na rodoviária, pois fui fazer boletim de ocorrência na ANTT e vi logo que não queriam fazer, imaginem quanto uma empresa poderosíssima como é a 1001 deve ter de "acordos" com Polícia Federal, Polícia Rodoviária, etc, etc...mas mesmo com o policial dizendo para mim que não era preciso, eu o confrontei e disse que era meu direito fazer e ter uma garantia em mãos, caso a mala sumisse ou algo dentro dela fosse roubado.
Eu e Beth, o dia todo, no maior stress, ligando quase de hora em hora para a 1001 e eles sem contarem a verdade nem dizendo onde minha mala estava.
Às 11 horas da noite, minha mala chega ao hotel sã e salva. Intacta, com tudo o que eu havia levado direitinho. Pude tomar, finalmente, meu sonhado banho, botar meu pijama limpo e cheiroso e dormir o sono dos justos.
Agora, a parte boa:
No dia seguinte eu estava bem melhor. Acho que ter desviado o foco para a mala me desanuviou dos meus próprios problemas e angústias.
Chegou a hora de irmos para o café e a Macá, super gentil, foi nos pegar no hotel.
Chegando lá, já havia várias amigas dela nos esperando e mais minha amiga-irmã Érica que mora em SP, a Soninha Borboleta, a Lu Lichia Doce. Logo depois chegou a Rose, pessoa maravilhosa que lê meu blog e me mandou um email se dispondo a me ajudar pois é terapeuta holística e me receitou Florais. Um verdadeiro anjinho japinha que apareceu na minha vida. E, quase no final, apareceu a Gê, uma simpatia, uma doçura, que mesmo cheia de problemas foi lá me dar seu abraço.
Não estava em meus melhores dias, confesso. As pessoas interagiram bastante, e, talvez pelas constantes interrupções não consegui seguir uma linha de pensamento objetiva como da primeira vez, mas ainda assim, todas gostaram ou pelo menos, disseram que sim.
Senti uma vibração muito boa e gostaria de pedir desculpas se não correspondi ao que esperavam. Fiz o melhor que pude, dadas as circunstâncias.
Gostaria de agradecer imensamente à Beth, pela infinita paciência, por ter até se desenergizado ao meu lado. Sei que não é fácil ficar ao lado de um deprimido, pois tenho parentes e tive alunas de pintura com depressão. Nossa energia vai embora mesmo, na ânsia de fazê-los melhorar. Eu mesma, sempre tive o maior jeito para lidar com pessoas deprimidas, mas sei bem o quanto nos fragiliza lidar com pessoas assim. Sinto muito, Betita. Essa, não sou eu. Quero muito melhorar e voltar a ser quem sempre fui.
E também queria agradecer à querida e bela Macá pelo carinho, pelo empenho, por tudo o que fez para que o evento desse certo e pela disponibilidade em nos levar pra lá e prá cá.
Meu grande beijo a todas as pessoas que foram lá me ouvir e interagiram com tanta veemência.
Eu e a mala voltamos para casa. Agora vou tratar de mim e expulsar essa intrusa que anda ocupando minha metade. Quero voltar a ser inteira, a ter o brilho nos olhos e a alegria de viver que sempre tive.
Tomara que, como a estória da mala, meu final, seja feliz.