segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Até a Volta!

Amanhã estarei indo para São Paulo para o bate papo que acontecerá no Nice Cup Café, dia 28 a partir das 15:00 hs. O Nice Cup fica na Rua Pedro Nicole, 1, Chácara Klabin.
Convido, mais uma vez, a todas as amigas e amigas das amigas para passar momentos agradáveis, conversando e tomando um bom café comigo.
Até a volta, pessoal!
Torçam por mim!
Beijos,

PS: Para quem está tendo problemas ao entrar no meu blog, tente pelo Explorer ou Mozilla. O Google Chrome está com problemas.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Noites de Tormenta

Acordo encharcada
Deitada sobre um lençol
Completamente molhado
Sob o chuveiro
Deixo que a água caia
Lavando meu corpo
Meu suor
Minhas lágrimas

O que está acontecendo comigo?
Meu corpo reclama
Tenta me avisar
Que algo não vai bem
Que nada vai bem
Olho o café da manhã
E sinto náuseas
Sinto nojo da vida
Nojo das pessoas
Do mundo em que vivo

Dizem que depressão é raiva
Pode ser
Raiva pela impotência
Nunca imaginei que um dia
Qualquer dia em minha vida
Fosse sentir tudo isso
Esse nojo
Essa raiva
Essa impotência
Essa tristeza
Meu corpo emite sinais de SOS
E eu
Sem nada poder fazer
Procuro ajuda
Mas a ajuda é inócua

As noites são de tormenta
Os dias são de desânimo
Quero voltar a ser quem fui
Ando com nojo de mim mesma
Um Plasil metafísico, por favor!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Criança Sorriso - Parte 2

Nessa foto eu ainda não tinha um ano, devia ter uns 9 meses e estava apontando um avião no céu, segundo minha mãe contava...

Quando eu nasci, minha mãe já tinha quase 39 anos...Hoje em dia isso é até bastante comum, pois as mulheres estão priorizando suas carreiras e deixando para ter filhos mais tarde, mas naquele tempo, em 1957, isso era bem incomum, até porque as mulheres de 38 anos não eram como as de hoje, bonitonas, saradas...as mães daquele tempo eram mais envelhecidas, naturalmente. Minha mãe era uma mulher muito bonita, mas tinha muitos problemas psicológicos. Quando soube que estava grávida de mim, contava que saiu do consultório médico chorando muito, desesperada, pois ela já tinha dois filhos grandes e nos três primeiros meses de gravidez, ficava um graveto, pois nada parava em seu estômago, ela colocava tudo para fora, até água e ficava literalmente, de cama. Ainda bem que minha avó morava com ela, pois cuidava de tudo para que a pobrezinha ficasse lá, entregue às baratas, vomitando tudo o que via pela frente...
Minha mãe era frágil, era despreparada para a vida e, apesar de ter sofrido muito com a doença de meu avô (seu pai morreu de câncer de faringe e artério esclerose) fazia um drama sem tamanho por tudo e por nada. Quando descobriu que eu fumava, se jogou na cama feito uma criança e ficou lá chorando por horas...Não sei bem se é por isso, cresci querendo ser totalmente diferente dela. E sou, embora muitas vezes me veja repetindo atitudes suas...isso é inevitável, afinal, sou sua filha...Mas me sabia forte, sabia que podia aguentar os trancos da vida. Sempre lutei pelo que queria e se não conseguia, corria atrás até conseguir...Não sei bem de quem herdei essa persistência diante dos Nãos que a vida me dá, acho que da minha avó materna, que sofreu o pão que o diabo amassou a vida toda e nunca a ouvi se queixar ou maldizer a vida. Tinha uma alegria de viver invejável...Eu tenho a minha avó como meu exemplo de mulher de fibra. Aquela que teve tudo para se tornar amarga e triste e, pelo contrário, soube ser uma pessoa de sorriso no rosto e uma fortaleza diante das agruras da vida.
E realmente, cresci ouvindo minha mãe dizer que eu era igualzinha à minha avó no meu jeito de ser...
Acho que essa foto é da mesma época da outra. Eu devia ter uns nove meses...Meu irmão, coitado, que foi um bebê lindo estava na fase mais feia de sua vida...e ainda tinha quebrado os Mentex da frente...devia ter aí uns onze anos...

Bem, nasci....Vim ao mundo num dia de setembro e minha mãe demorou dois dias e duas noites para me ter...Das duas uma: ou eu não queria sair de lá, tão quentinho, tão gostoso ou ela é que queria que eu ficasse, para sempre protegida, em seu ninho, preparado pela natureza para mim...Fui retirada à fórceps e a coitadinha, sofreu mais uma vez...o obstetra dela era um grosso, um estúpido que lhe disse, quando ela gritava de dor: Fica quieta, pra fazer foi bom, né? Agora aguenta..."
Vejam se pode uma coisa dessas? E minha mãe adorava ele...Hoje em dia isso dava até processo.
Pois é, e lá vim eu para este mundo, amada por todos...só minha irmã teve um pouco de ciúme de mim, mas só durante uma fase da vida. Afinal, durante 7 anos ela foi a princesa da casa...aí, chego eu, toda fofinha, gordinha e sorridente e abalo o seu reinado...não é por acaso que seu nome é Regina...rsrs
Aqui eu tinha uns 5 anos. Sorrisinho lindo mesmo...Essa fantasia de holandesa eu me lembro até hoje...foram minha mãe e minha avó que fizeram. Era de organdi e cetim e  toda aplicada com tulipinhas de feltro...reparem nos tamanquinhos de madeira, legítimos...
Olhando essas fotos me deu uma saudade imensa da minha família, de quando éramos todos crianças. De quando meu pai e minha avó eram vivos, meus padrinhos, que me adoravam, também. Da minha mãe, com seu colo e suas muitas broncas...Hoje, todos já se foram...Minha mãe faleceu há 10 anos, com 81 anos. Estava lúcida e foi uma velhinha muito fofinha e uma avó maravilhosa para os netos...
Nossas diferenças se apagaram com o tempo e até mesmo o que ela não fez por mim, hoje eu compreendo, pelas suas limitações...Era uma mulher com sérios problemas emocionais e talvez até tenha tido essa depressão que eu sinto hoje, e que naquele tempo não foi detectada...Angústia, dor no peito, choros sem explicação, melancolia...quem sabe sentia tudo isso e não tinha com quem se abrir  e talvez nem soubesse explicar?

Bem, lembrar o passado nos faz  re- vivê-lo. Lembrar o quanto fomos felizes, mesmo passando por momentos infelizes durante a vida, nos faz avaliá-la e redimensioná-la. Serve de conforto e também de consolo.
Traz-nos ao rosto um sorriso doce de saudade e nos momentos de tristeza, nos lembra que a menininha sorridente sempre estará lá, esperando que a despertemos para que nos sorria de volta e nos mande um beijo envolto em delícias em meio às brumas do passado...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Criança Sorriso

Essa foi minha foto de um aninho...Por ser a terceira filha e, temporã, ainda por cima, tenho pouquíssimas fotos, mas em todas, sem exceção estou exibindo meu melhor sorriso...
Eu vivia rindo, sorria para todos e uma tia de um primo meu, me achava uma graça e vivia falando pra minha mãe: "A Glorinha deve ser uma criança muito feliz, pois vive rindo"...
E era verdade, nunca senti ciúmes dos meus irmãos, sempre me senti amada por meus pais, pela minha avó...acho que era uma criança feliz. Nunca desejei o que não podia e sempre tive o que desejei, dentro das possibilidades dos meus pais. Não tive viagem à Disney ou festa de debutantes e nunca desejei tais coisas...sempre fui "diferente" achava aquilo tudo uma cafonália só, brega mesmo...virei uma adolescente meio hippie e sempre lancei moda entre as minhas amigas, que imitavam o que eu vestia porque eu era meio que "cobaia" de quem não tinha coragem de ousar...Então, elas esperavam que eu usasse primeiro, pra depois então, usarem também. Eu fumei primeiro entre minhas amigas, aí, todo mundo começou a fumar...Coisa que hoje abomino com todas as minhas forças, mas na minha época de adolescente, fumar era um must e meu pai e meus dois irmãos fumavam...
Eu usava cabelo Black Power aos 13 anos, quando a moda era fazer touca pro cabelo ficar liso igual cabelo de japonês...Eu era a única black power loura do bairro...rsrs
Enfim, acho que fui feliz.
Nunca fomos ricos, mas éramos, como a maioria da população do Rio de Janeiro daquele tempo, classe média, mas média mesmo. Eu e meus irmãos estudamos em escolas públicas. E a não ser meu irmão, que sei lá porque cargas d'água estudou alguns anos num colégio de padres (coitado), que era pago, eu e minha irmã sempre estudamos sem pagar. E minha irmã, que fez o ginásio e o clássico ( naquele tempo era assim que se chamavam os quatro últimos anos do segundo grau e o terceiro grau daquele tempo) no Colégio de Aplicação da UFRJ. Inteligente que só ela, embora fosse um colégio público, só passava quem era muito estudioso e inteligente. E ela é isso tudo até hoje.
Eu, a raspa do tacho, estudei a vida inteira em Escola Pública. Só mesmo o cursinho de Pré Vestibular é que foi particular, depois passei para a UFRJ e pronto. Meus pais nunca pagaram escola pra mim. (Curso de Inglês, sim). E isso, lá em casa, era ponto pacífico, introjetado em nós, sem nem passar pela cabeça da gente que iríamos para um colégio ou universidade particular. Que estudássemos e tirássemos boas notas, meus pais nem precisavam pedir ou nos lembrar de estudar. Nós 3 sabíamos que era nossa obrigação. Eu e meus irmãos fizemos faculdade na UFRJ. Nós três fomos bons alunos. Minha irmã, sempre excelente e eu e meu irmão, bons alunos, mas sempre, acima da média.
Mas, voltemos ao meu sorriso...

Essa foto é de 1966, eu tinha 9 anos, e esse foi o ano em que minha avó morreu. Ela morava conosco, não sei se a foto é de antes ou depois da sua morte, mas isso não importa, lá estou eu com meu sorriso de dentões " Mentex " no rosto...Quem é da minha época, sabe bem o que é Mentex, nem sei se existe mais...Sempre zoiuda...Meu pai, nessa fase, me chamava de "olho, dente e pescoço", pois era enjoada demais pra comer, não gostava de nada e era uma magrela, só tinha mesmo olhos, dentões e um longo pescoço...eu nem ligava...Nunca liguei de ser zoada...sempre tive personalidade forte e não passei por aquela fase de me achar horrível, como as adolescentes têm. Tive a sorte de nunca ter tido espinhas, de ter sido sempre magra (ai, saudades....) e com um corpinho bem jeitoso...
Hoje, continuo sorrindo...isso vem de mim...e mesmo que esteja com o maior problema do mundo, nunca me verão de "beiço caído" ou "bicuda" ou tratando mal aos outros que não tem culpa dos meus problemas.
É assim que eu sou. Ando meio tristinha ultimamente, mas é só passar alguém e me dar bom dia, que abro meu melhor sorriso...Podem dizer tudo de mim, mas antipática, isso não sou não!
Acho que a Criança Sorriso ainda mora em mim, ainda que eu ache que não...


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Assim Caminha a Humanidade

Semana passada estávamos eu e a minha deprê, zapeando a Tv, quando vejo que vai começar um filme no Cine Cult com o Sidney Poitier, ator que adoro e cuja temática era o nazismo e a psiquiatria, dois temas, portanto, muito bons e que me interessam muito.
Comecei a assistir e o filme me prendeu do início ao fim.
É de 1962, em P&B, mas as atuações, além de estupendas, me revelaram esse ator que nem conhecia: Bobby Darin, como o nazista americano, psicopata, inteligente e frio. Excelente ator. Sidney Poitier,  como o psiquiatra, então, dá um show!



"Num presídio, o chefe de psiquiatria ouve as reclamações de um auxiliar seu querendo desistir do caso de um garoto negro. Ele acha que o chefe, por ser negro, poderá cuidar melhor desse paciente. O chefe então lhe conta sobre um dos seus primeiros pacientes, que conhecera no início da carreira em 1942 (mostrado em flashback). Esse paciente fora condenado a três anos por rebelião, por ser um admirador de Hitler e seguidor da ideologia nazista. Além disso tem sérios problemas psicológicos por causa de uma infância problemática, sofre de insônia, ataques e alucinações. O doutor o ajuda a melhorar de seus vários problemas e ele se torna um prisioneiro exemplar. As autoridades do presídio querem dar a condicional ao prisioneiro, mas o doutor se nega pois acha que ele é um homem "perigoso". As autoridades desconfiam de que o médico está tomando uma atitude "parcial" devido ao prisioneiro ser abertamente racista." Wikipedia



Bem, mas o que me impressionou foi a analogia do nazismo com qualquer tipo de extremismo, seja ele religioso ou político.

Retrata de forma contundente como as pessoas são levadas por um líder, geralmente muito inteligente, com desvios de caráter e uma ótima oratória, ao inimaginável. Isto acontece nas guerras e também com religiões e com pessoas cuja fé beira o fundamentalismo.

As cenas em flashback mostrando as reuniões dos nazistas americanos (sim, eu também não sabia que havia nazistas nos EUA em 1942, em plena Segunda Guerra!) e a forma como eles cooptavam as pessoas é interessantíssima. Me pareceu como fazem algumas dessas chamadas "Igrejas Evangélicas" que prometem vida eterna e dinheiro no banco se o pobre infeliz pagar o dízimo ou der tudo o que tem. E agora, pode-se pagar o dízimo com cartão de crédito ou débito bancário! Elevam a auto estima da criatura, dizendo que lá, encontrarão seus iguais, quem pensa e sofre como eles. Não estou generalizando, mas que há milhares pululando por aí, isso há...

O filme é ótimo, pois mostra que o preconceito não tem cara, cor, gênero, etnia...Ele existe e está lá, à espreita, esperando que um grande líder com um grande poder de persuasão o acorde e enfim, o liberte. O monstro adormecido, enfim, abre os olhos...E os inocentes sucumbem...

Assim caminha, até hoje, a humanidade...




domingo, 18 de setembro de 2011

"Mas é Claro Que o Sol Vai Voltar Amanhã..."

Há exatamente um ano atrás, fiz um bolo e fui comemorar meu aniversário com meu irmão e sua família, pois ele tinha sofrido terríveis queimaduras em suas duas pernas e acabara de sair do hospital onde ficara internado 15 longos e dolorosos dias.
Foi minha maneira de dizer o quanto o amava e uma forma comemorar a Vida.
Gosto de comemorar meus aniversários, sempre fui festeira...mas, esse ano, ando numa depressão daquelas "de endoidecer gente sã", como diz Renato Russo na sua inspirada e belíssima letra "Mais Uma Vez"...
Ganhei de presente de aniversário da minha filha, duas entradas para ir ver o show do Flávio Venturini, que iria tocar aqui pertinho da minha casa. Passei o dia dormindo, sem ânimo, sem saber o que eu sentia...Quase pedi a meu marido para ir até lá tentar vender os ingressos.
Mas fiz um esforço sobre humano , me vesti, me maquiei e fui.
Nem preciso dizer que o show foi de arrepiar. Eu amo a mineirada do Clube da Esquina, desde Beto Guedes, Lô Borges ao meu ídolo, Milton Nascimento e, claro Flávio Venturini está incluído aí...
Quando ele cantou Céu de Santo Amaro, parceria sua com Caetano Veloso e Noites com Sol me debulhei...chorava tanto que tive que ficar enxugando as lágrimas na minha pashmina...As musicas dele tocam a alma.
Graças à minha filha, que teve a sensibilidade de saber que isso iria me trazer um sopro de vida, de alegria, pude ver e ouvir verdadeiras jóias da MPB.
Saí do show às duas da manhã, cantarolando as músicas que ouvi, me sentindo leve como uma pluma, sem o peso no peito que tenho carregado nestes últimos tempos.
O show terminou com a música: Mais uma Vez do Renato Russo...
Foi um recado pra mim. Uma maneira de me dizer que o sol iria brilhar hoje. Que sou feliz, que tenho amigos, que sou amada pelos meus filhos e por meu marido...E que acredito nos meus sonhos, que confio em mim e que quem acredita nos seus próprios sonhos, faz da suas noites, por mais negras que pareçam, "noites com sol"...Enfim, não quero parecer piegas, mas há muito o que comemorar hoje.
Um brinde à minha Vida!
Que eu melhore dessa melancolia que anda tomando conta de mim e possa voltar a ser quem eu sempre fui, alguém que comemora a Vida, apesar de tudo.

"Nunca deixe que lhe digam
Que não vale a pena acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança".

Um Beijo a todos!

Ganhei da Chica! Obrigada amiga! Beijos,

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

No Espelho

Sou feita
de lembranças
Mas também
de fatos
Às vezes
acordo rindo
Noutros dias
me arrasto
Sou mel
Mas por vezes
sou salgada
Pura pimenta
Quase adocicada
Tem dias que olho
no espelho
Noutros sou
apenas sombra
Memória longínqua
Raio que estronda
Sou mar
E sou barco
Sou fera
E sou mansa
Tem dias que
quero colo
Em outros
apenas um solo
A música me arrepia
O choro cai
como orvalho
Danço
bailo sozinha
Por vezes
me sinto um carvalho
Enorme
Fincado
Centenário
Às vezes sou
semente explodindo
Às vezes sou
terra parindo
Sei ser sol
Sei ser lua
Não sei bem
quem sou
Mas, às vezes
lucidamente
Sou bem
quem eu sei
certamente
incoerente
Esta miragem
Este caos
No qual muitas vezes
me perco
É também onde
me acho
Reflexo
Riacho
Rio
Acho
Esta sou eu
Talvez...
Quem sabe?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Da Minha Janela

A gente passa a vida fazendo o "Jogo do Contente".
Pensa bem - a gente diz pra gente mesma - tem gente sofrendo mais que eu, tem gente que não tem o que eu tenho, olha pro lado, vê como tem pessoas em pior situação, eu tenho duas pernas, dois braços, dois olhos, tem gente que não tem...
Bem, desde pequenos ouvimos isto e vamos introjetando. Quando estamos deprimidos ou nos sentindo como se carregássemos o peso do mundo, vem sempre alguém com a melhor das intenções dizer uma destas frases. Ou então, nós mesmos, como consolo pra tanta desgraceira que, por vezes, cai sobre a gente, falamos interiormente, como se nos anestesiássemos:  - Pára de reclamar, é só olhar pros lados pra ver que tem muito mais sofrimento por aí do que o seu!
É isso ou um tiro na cabeça...Tem gente que se acha egoísta por estar sofrendo quando há tantos problemas graves à nossa volta, tanta fome, tanta miséria. Mas acontece que cada um TEM o direito de sofrer, sim.
Acho que os sentimentos humanos existem para serem sentidos com toda a sua força. Precisamos dar vazão, deixá-los sair. Gritar, chorar, espernear. Sentir raiva, dor, prazer, alegria. A compaixão tem lugar, mas quando sofremos, só nós sabemos da nossa dor.
Subestimar nossos sentimentos, tornando-os menores, sublimando-os ou fingindo que não os sentimos, isso sim, é doentio.
Fomos feitos pra nos regozijar com pequenas coisas e chorar também por elas. Pelas grandes então, nem se fala.
Setembro chegou.
É o meu mês. O mês em que nasci e em que a Primavera me traz de volta pequenos tesouros.
Sempre acontece algo de bom para mim em Setembro, nem que seja um almoço em família no dia do meu aniversário.
Olho pela minha janela e me recordo do que vi através dela durante todo esse ano.
Pequenos grandes milagres da Vida, diariamente. Os micos leão da cara dourada, com seus filhotinhos às costas.
O gaturamo verdadeiro, com seus tons de azulão e amarelo intensos...
O filhote de porco espinho, vindo comer os restos das frutas que os micos deixaram...
Os canarinhos da terra, livres, comendo a canjiquinha que coloco para eles no muro...
O lagartão de um metro e meio que mete medo em muita gente, mas que tem mais medo de nós do que nós dele...

Vejo tudo isso da minha janela e muito mais, durante todo o ano.
Sofri? Muito! Este ano foi um ano intenso, em que muitas vezes me senti fraquejar, em que muitas vezes pedi (sim, pedi, não sei a quem, mas pedi) que minha vida tivesse fim...e que meu sofrer terminasse...
Mas, também tive inúmeras alegrias. Fiz amigos de verdade, conheci algumas pessoas ao vivo, pude abraçá-las, sentir seu calor e dizer o quanto as amo olhando em seus olhos...Estreitei laços, lancei meu livro...
Escrevi, escrevi...chorei, chorei. Tive momentos de intensa euforia, e também de profunda depressão...Os hormônios, ah, benditos hormônios ( ou será que devo chamá-los de malditos? )...
Enfim, olhando pela minha janela, via a Vida e a cada dia que passa entendo mais do que é feita.
Da dor e da alegria, do sal e do açúcar...de nascimentos e também de perdas.
Mais um aniversário se aproxima e sei mais acerca de mim.
Acho que disso tudo, essa é a grande certeza que tenho hoje: Me aceito e me conheço.
E sei do que sou capaz.
Minha janela é minha vida. Sou grata por ter me mostrado que a natureza sou eu. E que eu sou ela.
Fosse entre lágrimas ou entre sorrisos, vi meus bichos, diariamente e, todos eles me pertencem e eu a eles.
Por esse retângulo iluminado pela claridade lá de fora, olhei e vi.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Confirmado! Sampa, Aqui Vou Eu!

Confirmadíssimo!
Dia 28 de Setembro, quarta feira, estarei no NiceCup Café para um bate papo gostoso sobre mulheres, maturidade e menopausa com as amigas de São Paulo e arredores.
Horário: a partir das 15 hs
Endereço: Rua Pedro Nicole, 01 - Chácara Klabin - telefone: (11) 5083-1012
Amigas e leitoras paulistanas, aguardo vocês lá!
Nossa, vou poder abraçar e conhecer ao vivo tanta gente que adoro! Vai ser bom demais!
Até lá, pessoal!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Alguma Coisa Acontece no Meu Coração..."

Pois é, adoro São Paulo...e já não ia à essa cidade que eu amo há um bom tempo. Mas agora, senhoras e senhores, amigos, amigas, leitores, minha amiga Macá, do blog Agenda Ilustrada está organizando tudo para que eu faça um bate papo sobre maturidade e menopausa com as mulheres de Sampa, agora, no final de setembro.
Preparem-se e já anotem na agenda...Última semana de setembro, Café com Glorinha em Sampa!
Confirmarei a data e o local ainda esta semana!
São Paulo, querida, aqui vou eu!
Brasil, me aguarde!
Como diz minha sábia amiga, a Elara do meu livro: "Vou comendo o mingau pelas beiradas"...e atingindo meus objetivos. Com muitas dificuldades, mas também com muita solidariedade e muita ajuda dos amigos.
E também com a perseverança e a obstinação que são minhas marcas pessoais.
Que os deuses da escrita sempre me acompanhem e me inspirem aonde quer que eu vá.

"Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João..."
                   *Música Sampa de Caetano Veloso*

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Lançamento de Livro!

Dia 10 de setembro, no próximo sábado, meu amigo Rodolfo do blog Sete Ramos de Oliveira estará lançando seu primeiro e tão esperado livro, no Shopping Ilha Plaza, das 14 às 18 hs. Convite aqui.
Infelizmente não poderei estar presente, mas gostaria de convidar à todos os amigos e leitores para conhecer, não só a obra, O Outro Nome da Rosa, mas também a este homem inteligente, espirituoso e com o dom da escrita que é o Rodolfo, admirado por todos os que o conhecem ou o conheceram de perto, como eu!
Boa Sorte, amigo Rodolfo! Que os Deuses da Escrita te iluminem e continuem a te abençoar com este dom maior!
Sucesso! Quando fizer o lançamento em Niterói, estarei lá, na fila de autógrafos!
Beijo grande!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Dia Da Nação Chamada Brasil

Que tal toda a blogosfera aderir a essa bandeira hoje?
Para que o Brasil se enxergue como Nação!
Todos unidos contra a corrupção!
Que o nosso povo tenha educação, saúde e trabalho dignos!
Que os corruptos sejam punidos e a derrama de dinheiro público se extingua de uma vez por todas e vá para o seu lugar de direito e não mais acabe caindo nos bolsos dos ladrões insaciáveis e seus asseclas!
Não haverá ParTido que nos cale!
Imprensa livre! Liberdade de expressão!
Que o povo aprenda a lutar por seus direitos.
Fora, ratazanas e roedores!
Viva o Brasil e os brasileiros de bem!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Café com Flores Para os Meus Amigos

Hoje estou em dois blogs: no da Elaine Gaspareto do Um Pouco de Mim e no da Jussara do Palavras Vagabundas. Num, respondo à perguntas sobre o meu livro, noutro comemoro com  a Ju o aniversário do seu blog e o amor pelos livros, que ela compartilha comigo.
Fiquei embevecida com os comentários, com o carinho e com o incentivo dos amigos e de pessoas que nem conhecia e que foram deixar seus depoimentos nos dois blogs.
Hoje as orquídeas aqui de casa estão repletas de flores. Algumas nunca haviam florido e estão cheias de botões e flores lilases. Talvez estejam comemorando comigo, mostrando a sua beleza em forma de pétalas, as alegrias e presentes que tenho tido através do meu blog e do meu livro.
Agradeço, enternecida, tanto carinho e amizade.
Café com Flores pra todos vocês!
Beijos,

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Brasil, Mostra a Tua Cara!


Já não é de hoje que tenho pensado o Brasil.
Pensado o Brasil como Povo, como Nação, como Pátria. Como um somatório de muitos, de cada um.
Esta pátria, da qual nos orgulhamos, quando a seleção ganha a Copa do Mundo ou o Campeonato Mundial de Vôlei.
Este paísão enorme, quase um continente, que vemos ser vilipendiado por nós mesmos, pelos outros e nos calamos aquiescentes, coniventes.
Porque brasileiro é assim: fala mal do vizinho quando sabe que ele deu propina ao guarda para que não o multasse, mas que faz o mesmo quando o caso é com ele.
Porque brasileiro xinga a mãe de quem para o carro com duas rodas na calçada...mas, quando não acha vaga perto do Maraca em dia de jogo do seu time, joga o carro com as quatro rodas por cima da mesma calçada e pensa: Que se danem os pedestres! Que desviem! Preciso ver o jogo do meu time e estou em cima da hora!
É a tal estória do: "Todo mundo faz...também vou fazer".
Não sei de onde vem isto. Se foi o tipo de colonização a que fomos sujeitos que gerou esse descompromisso, esse pouco caso com o outro, com o bairro, com a cidade, com o estado e, consequentemente, com o país.
Quando leio nos jornais casos, como o de agora, em que o STJ quer porque quer ter seus salários reajustados "porque está na lei" e, de roldão, os juízes também terão os seus reajustes, ou quando vejo os deputados aumentando seus próprios salários, sempre que a lei permite, mesmo sabendo que isto significa um rombo enorme no orçamento e que a educação e a saúde, já péssimas, não terão verba devido aos milhões gastos com estes aumentos, fico pensando: Aonde erramos como Nação? Ao escolher os nossos governantes? Ao sermos corruptos e corruptores também?
Porque não somos como os japoneses que pensam não em cada um, mas no todo.
Cada japonês É o seu país. Cada um se sacrifica em prol de um bem maior. Há bem pouco tempo, alguns japoneses, homens e mulheres, professores, cientistas, pais de família da terceira idade se ofereceram em holocausto para entrarem na Usina de Fukushima e consertarem o reator, mesmo sabendo que poderiam morrer lá dentro.
Isto é pensar num país como Nação. Como SEU. Como de TODOS. O país como um BEM maior.
Corrupção, há em todo lugar, mas nos outros lugares há punição. Aqui não, a certeza da impunidade é que faz a ganância e a criminalidade crescerem a cada dia. E não me venham dizer que é a miséria ou a pobreza a causadora disto tudo. Não, isso é cultural, é ancestral, carregamos em nossos genes o desejo de se locupletar mais, sempre que possível, pouco se importando com o resto do país.
Na nossa cabeça não há um Brasil, mas vários Brasis, um para cada um de nós. Um Brasil moldável, adaptável aos nossos próprios interesses, a cada interesse, em detrimento do TODO. Somos um país de egoístas.
Acho vergonhoso que o judiciário dê esse exemplo de incivilidade, de desamor à Pátria. Seria uma ótima oportunidade de darem o exemplo, de a partir deste episódio, começarmos a construir a ideia de que somos todos nós, juntos, quem formamos a Nação.
Não só quem legisla, não só quem executa as leis, não só quem as faz cumprir. Mas o povo, tendo em quem se espelhar, vendo exemplos de amor à pátria, talvez tendo hospitais melhores, educação de qualidade para seus filhos, começasse a construir, dentro de si a auto estima necessária para que se AME uma Pátria.
Mas creio que, infelizmente, estamos a anos luz de que isso aconteça. O Japão para nós, fica em outro planeta.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Teia Que Nos Une...

Eu, na entrada do Gut Café, lugar charmosérrimo e dirigido com simpatia e gentileza ímpares pelo Luís e pelo André.
Pude abraçar e conhecer a Cláudia, essa lindona aí, que por uma incrível coincidência do destino era minha fã, há tempos. Ela e sua secretária do lar, a Fernanda leem meu blog todos os dias e, segundo ela, já choraram e riram junto comigo muitas vezes através dos meus posts. Assim, ela conheceu o blog da Beth do Mãe Gaia e descobriu que são vizinhas de prédio.....ela mora quase em frente à Betita! Eita surpresa boa que a vida nos faz vez em quando!
Reencontrei a Marta, minha companheira de dia de aniversário, mãe da Mariana, que eu chamo de "minha fã número um"...a Mari é amiga da minha filha há anos e sempre falava maravilhas sobre mim e meu blog aos pais. Pois a mãe foi lá me ouvir e ainda me disse que a Mari tem razão em gostar tanto de mim...não quero dar uma de cabotina e ficar me auto elogiando...mas como isso faz bem ao ego!
Ísis, minha amiga e ex aluna e algumas novas amigas que foram ao evento: Augusta e Rita.

Betita, Cláudia e eu.

Algumas fotos não saíram boas, estou aguardando que me mandem outras que foram tiradas com outras máquinas melhor adaptadas à luz amarelada do espaço. Algumas pessoas não saíram nas fotos. Mas estava cheio!
Só posso contar a vocês o seguinte: Foi incrível!
Uma troca intensa se deu ali. Mulheres falando de suas vidas, de como passaram pela menopausa, todas participantes, contando suas estórias. Mais uma vez, a vida me deu um presente através do meu Na Esquina do Tempo Nº50.
Acho que vou virar  mediadora de bate papos. Foi muito bacana falar para outras mulheres e sentir como uma teia leve e tênue nos liga a todas as fêmeas do planeta.
O final foi emocionante, mas não conto não...fiquem todos com água na boca e aguardem as cenas dos próximos capítulos.
Obrigada a todas que participaram desse encontro. Obrigada às meninas incríveis da Comunicare. Obrigada aos meninos do Gut Café.
Beijos a todos,