sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cultura Ou Atraso?

Foto Ailton Cruz

Hoje, lendo no jornal a crônica da Cora Rónai, a quem admiro muito, onde ela escreve sobre tradições, o politicamente correto e os absurdos que são perpetrados pela dita "cultura" dos povos, me lembrei que ando querendo escrever umas coisas sobre as quais tenho pensado muito ultimamente e que toca, justamente, nessa questão da cultura e da tradição de cada povo.

Ando vendo uns documentários feitos pela jornalista Elisa Capai que tem mostrado como as diferenças entre nós, mulheres de países ditos "civilizados" e as mulheres africanas são gigantescas. São mulheres vítimas de preconceitos, humilhação, mutilação, baixa autoestima, escravidão, costumes tão atrasados e aceitos por todos como "cultura", que mesmo elas, aceitam sorrindo o fato de trabalharem de sol a sol para que seus maridos descansem, e à noite, a que mais trabalhou naquele dia, tenha direito a "dormir" com ele. Geralmente eles tem 3 ou 4 mulheres que são suas escravas braçais e sexuais.

Da mesma maneira que soltar balões é "cultural" e aceito em nossa sociedade.
Do mesmo modo que extirpar o clitóris das meninas para que não sintam prazer, em algumas tribos é "cultural".
E estuprarem as lésbicas para que "gostem" de homens, é comum e aceito na África e é tido como "cultural".

E cultural é também o fato do presidente da África do Sul ser aceito e considerado "normal", com 4 esposas.
Que se estuprem meninas virgens ou mulheres brancas porque elas, na cultura africana, "curam" o vírus HIV.
Que mulheres andem tapadas de burca, numa verdadeira sauna, sem ar, em nome de uma "cultura". E que aceitem isso de bom grado e até se revoltem contra outras mulheres que não aceitam andar cobertas da cabeça aos pés.
E, assim vamos vendo atrocidades, atraso, destruição em nome do que se chama "cultura de um povo". Falar mal disso ou denunciar essas barbaridades é considerado politicamente incorreto, pois estaremos tentando impor e aculturar esses povos de acordo com nosso modo de pensar e à nossa própria cultura.
Bem, se voltarmos ao passado, sacrifício humano era "cultura".

Castrar eunucos era normal. Assim como era normal castrar os meninos para que ficassem com a voz fina, os castratti, trazendo assim, fama e fortuna para famílias pobres.
Também é considerado "cultura", os balões dos festejos juninos, pouco importando a destruição que isso pode acarretar às nossas matas, ou mesmo às pessoas.
Não está na hora de repensarmos o politicamente correto?
Não passou da hora discutirmos, a nível global, as atrocidades a que são submetidas as mulheres africanas, tanto moral como fisicamente?
Não passou também e muito, da hora para que os baloeiros incendiários sejam punidos com penas pesadas e não somente com a simples doação de cestas básicas?
Está na hora da humanidade tão globalizada lutar pelos direitos dos povos subjugados, das mulheres escravizadas, mudar essa cultura, dar-lhes auto estima, informação. Mostrar-lhes seus direitos.

Fiquei orgulhosa ao ver num desses documentários o relato de mulheres lésbicas na África, que formaram um time de futebol, tentando, unidas, resgatar a auto estima, se impor, mesmo muitas ali, tendo sido sodomizadas, espancadas, escorraçadas dentro da própria família.
Ao ver esses relatos, tive certeza, de que mesmo onde o atraso e a submissão feminina são fato, ainda há esperança para que se separe um dia, "cultura" de "primitivismo". Cultura de atraso.
Optei por colocar imagens belas e não chocantes, que são inúmeras, aliás, de mulheres e tribos africanas.
A Tribo dos Omos, fotagrafada lindamente por Hans Sylvester, se enfeita com flores, frutos, galhos e folhas, numa demonstração de que homem e natureza, podem sim, viver em harmonia, entendendo que somos todos, parte de uma coisa só.
Respeito à natureza, ao ser humano começa com auto estima.
E a auto estima de um povo é ensinada a seus filhos e filhas, pelas Mães, Mulheres, do Planeta Terra.

32 comentários:

Anônimo disse...

Quem tem a força é quem dita as regras.

As mulheres brasileiras tb sofrem bastante preconceito no país do samba.

A Espanha, conhecida como um país bem desenvolvido, tb continua com a sua cultura de touradas; mts bichinhos são maltratados por plena diversão.

Como vc bem exemplificou com o caso dos balões no Brasil, não é prioridade de países africanos a cultura do primitivismo.

Enquanto for bom e interessante para poucos poderosos que nada seja feito, e td continue do jeito que está,infelizmente, assim desse jeito continuará.

Em pleno 2010, já estava mais que na hora de que algo fosse feito;

Tenho a inclinação de acreditar que não é a cultura a principal culpada pela prevalência de costumes ruins de um país, mas sim o governo daquela cultura, influenciado por governos mais poderosos.

Anônimo disse...

Acabei deixando de comentar as fotos. Como são lindas. Essa última então me impressionou. Essa peruca de folhas parece até parte dela. Lindas!

Lu Souza Brito disse...

Boa tarde Glorinha;

Ainda bem que nos presenteou com estas imagens tão lindas apesar do assunto tão sério. Também acho o cúmulo que práticas abominaveis continuem a ser praticadas nos dias de hoje em nome da cultura. É como aquele ritual hindu (nao tenho certeza se é hindu) em que as crianças menores de um ano são jogadas de uma altura de 15 metros e aparadas lá embaixo pelos familiares com um lençol apenas. Estas coisas devem ser extintas, eu acho. Mas agora não se pode fazer mais nada em nome da "diplomacia".

Beijos

Astrid Annabelle disse...

Muito sentido e profundo o que escreveu Glorinha!
Acredito em um mundo melhor.
Creio nisso e vivo por isso.
Por isso concordo com você quando diz:
"Respeito à natureza, ao ser humano começa com auto estima.
E a auto estima de um povo é ensinada a seus filhos e filhas, pelas Mães, Mulheres, do Planeta Terra."
É por aí o caminho das pedras!!!

Também estive fora da net trocando de provedor.
Agora estou visitando os amigos aos poucos para colocar o papo em dia...
Sabia também dos seus desafios com o PC e etc....não se preocupe...estamos em sintonia-coração... sempre por perto!
beijo gostoso
Astrid Annabelle

Unknown disse...

Mais um excelente texto.
A cultura é tudo o que resta depois de se ter esquecido tudo o que se aprendeu.

Beijinho e bom fim de semana.

Poupée Amélie™ disse...

Onde termina a questão cultural e começa a ignorância, o egoismo, a loucura do ser humano? Como podem fazer das mulheres seres tão explorados e considerarem isso cultura?! É uma loucura! Onde estão as nações influentes? Onde estão os direitos do ser humano?
Cruzes! Isso me enoja! Tema polêmico.
BjO*

Macá disse...

Glorinha
Ainda bem que você colocou imagens belíssimas, porque esse assunto é muito pesado. E precisaria realmente ser difundido. Eu não coloco essas coisas aqui, mas eu sinto uma raiva tamanha cada vez que leio alguma coisa sobre isso.
Não acho que nesse mundo de hoje, onde um "Cala a boca Galvão" ganha até jornais internacionais, que essas coisas continuem acontecendo.
É realmente o que você perguntou: Cultura ou Atraso? Enquanto isso for bom para muitos, esse Atraso vai continuar sim.
beijos

Teredecorando disse...

Olá Glorinha,
Realmente seu texto deixou margens para tantas reflexões.
Que mundo é esse? Que culturas são essas?
Aceitar atrocidades com milhares a favor do benefício de tão poucos.
Mesmo com tantas evoluções, nos deparamos com maus tratos tão arcaicos. Pena!!!!
Fique bem
Bjs mil

Glorinha L de Lion disse...

Mari, vc tem toda a razão, há coisas que fazem parte de culturas dos povos que hj em dia são absolutamente atrasadas e precisam mudar. As fotos são mesmo maravilhosas. beijos.

Oi Lu, como falei pra Mari, há atrocidades em todas as culturas e geralmente crianças, mulheres e animais são os que mais são objetos dessa dita cultura. As coisas podem mudar, a partir da auto estima, como eu disse. Acho que é a partir de nós, mulheres, que isso pode mudar. Beijos.

Oi Astrid, pensamos igualzinho. Tomara que esse pensamento vá se espalhando pelo mundo, mesmo que virtualmente, toque as pessoas e as faça rever esses absurdos.Beijo gostoso pra vc tb.

Manuel meu caro sempre com frases bombásticas! A cultura é um somatório de todo o aprendizado de um povo. Cabe ter o discernimento de abandonar as práticas nocivas e bárbaras dessas culturas, não exterminá-las, só isso. Beijos

Oi Amelie, tema pra lá de polêmico e incomodativo né? Mas temos que falar, contar, quem sabe assim, conseguimos alguma coisa? Beijos

Oi Macá, acho que essa questão das mulheres africanas, não é uma questão política, mas cultural mesmo. Só com educação e auto estima se mudará isso um dia. beijos.

Glorinha L de Lion disse...

Oi Teresinha, pensar é preciso, refeletir é preciso...enquanto o país inteiro, tanto aqui quanto lá na África estão vivendo em torno da copa, as atrocidades continuam acontecendo a cada minuto. As mulheres africanas são as mais aviltadas, maltratadas e não tem escolha. Em tempos de alienação total como o que vivemos nesse momento, é sempre bom levantar bandeiras para lembrar às pessoas que não podemos fechar os olhos e esquecer quanta coisa ruim o homem é capaz de fazer. Beijos.

Mônica - Sacerdotisa da Deusa disse...

Oi Glorinha!

Belo post o de hj!
Que absurdo não! Eu tbm fico indignada com isso...gente, é até difícil imaginar que possa existir algo assim nos dias de hj!
Qto primitivismo!!! Qta impunidade!!! A humanidade é o tempo todo manipulada flor, nós somos manipulados todos os dias!
Deixo aqui a minha indignação, reforçando a sua, pq é impossível não se indignar diante disso tudo.
Beijinhos flor.

Flores e Luz.

Glorinha L de Lion disse...

Indignação, essa é a palavra! Mas vamos falar no assunto, pensar, refletir, nós podemos mudar o mundo, todas nós, juntas! Beijos

Isadora disse...

Glorinha concordo com tudo exposto no seu texto e é inadimissível que, ainda, hoje, vejamos tantas atrocidadas acontecendo com pessoas, com a naturza, mas me parece que não existe muito interesse político em discutirem tais questões. O EUA que é um País que se alguém espirra de um lado já está a oferecer um remédio é inacapz de, po exemplo, levantar questões sociais, mas também com o histórico que tem seria mesmo difícil. Então, mais uma vez cabe a sociedade levantar bandeiras que ainda que polêmicas podem servir de alerta e ajudar pessoas que nem ao menos conseguem levantar sua voz para gritar contra as injustiças cometidas, em nome de uma cultura.
Um beijo enorme

Roberta de Souza disse...

É minha querida! Você disse tudo!!!
Lamentável o que a "cultura" faz com os povos...

bj

Beth/Lilás disse...

Maninha,
Muito bom você tocar nestes assuntos por aqui, aliás hoje mesmo eu conversava com meu amigo japa sobre este e outros sérios problemas que assolam ainda a imensa África, mas que a Copa do mundo não mostra, poderia parecer discriminação aquele povo, mas a verdade é que o número de assaltos em Johanesburgo nesses últimos dias tem sido absurdo, greves que quase tem atrapalhado o brilho da festa, fora o número assustador de pessoas contaminadas com o vírus da Aids em todo aquele continente, sem contar estes costumes antigos e obsoletos que deformam e destroem as mulheres africanas.
Enquanto isso, neste nosso imenso país, quase continental, os costumes como esses, dito juninos, causam destruição e dor para muita gente.
o parâmetro que fez entre estes costumes bizarros de lá e de cá, servem para refletirmos e debatermos idéias para um novo pensamento e postura neste século XXI.
um beijo grande carioca e gripado.
aaaaaaaaatchim!

Claudiene Finotti disse...

Oi!
Adorei seu blog e especialmente esse post. Acho que tudo que causa sofrimento não deveria ser aceito como cultura. Alguns hábitos tidos como cultura indígenas, como submeter crianças a ser picadas por formigas, são aceitos e não são crime de maus tratos. Ai de quem questionar a cultura indígena no Brasil. Posso estar sendo muito ignorante, mas é o que acho.
Da mesma forma, o Conselho Tutelar que é hoje tão presente sociedade é totalmente omisso, pelo menos aqui na minha cidade, quando se trata de ciganos que expoem seus filhos maltrapilhos nas calçadas na vida de mendicância. Tem um cigano aqui mais velho que anda com uma criança de uns sete anos, pasme, só de camiseta, é um menino. Eu fico com coração apertadíssimo com a situação humilhante, mas nunca soube como agir, já que não posso simplesmente intervir e eles não tem endereço fixo para eu mandar o Conselho Tutelar atras.
Ufa... que comentário enorme!

Amei as fotos! Estou te seguindo!

Bjos.

Nilce disse...

Oi, Glorinha

Você foi muito feliz ao falar do assunto.
Concordo com tudo o que vc fala. A cultura se mistura com a ignorância, e os mais fracos, neste caso as mulheres é que sofrem.
É lamentável que não tenha havido evolução também no aspecto cultural desse povo.
Essa violência é inadimissível mesmo e mais lamentável ainda, como vc disse, o aceitar essas barbaridades em prol da "cultura de um povo".

Precisamos mesmo pensar e analisar mais no assunto.

Estou sentindo sua falta no meu cantinho.

Bjs no coração!

Nilce

Taia Assunção disse...

Infelizmente nós mulheres sofremos abusos em toda parte do mundo. Situação difícil de ser mudada e que acredito não ter nada haver com cultura e sim com práticas abomináveis. Também tenho acompanhado essas séries que muitos têm feito sobre a África e acho algumas bastante superficiais. As pessoas vêm aqui, ficam um mês...fazem uma série de imagens e difundem isso como se fosse o todo. Enfiam tudo no mesmo balaio como se a África fosse um todo homogêneo e esquecendo-se dos nossos próprios problemas. Afinal o Brasil não é nenhum exemplo em termos de Diretos humanos. Uma pena, porque a África é muito mais do que isso. Sugiro o livro de Sergio Guerra - "O belo Hereros". Alguns países africanos têm etnias belíssimas onde crianças e idosos têm papel de destaque como convém a uma sociedade dita moderna. As imagens estão realmente graciosas. Beijocas e bom final de semana.

Manuela Freitas disse...

Olá querida Glorinha,
O teu post é realmente muito interessante. Também eu me indigno com tanta barbaridade que acontece. Há muita opressão e muita «crença» em certos países culturalmente diferentes dos nossos, mas ainda é mais chocante quando as pessoas transitam para cá e continuam a fazer essas barbaridades, dentro de um contexto onde podiam evoluir e ser livres. Em História é um facto, pode-se mudar tudo, relativamente a política, economia, justiça, mas há algo que sempre demora muito mais tempo a mudar, é as mentalidades. Penso que os povos dentro do seu país é que devem actuar no sentido da mudança, se conseguirem ultrapassar as crenças, como nós fomos fazendo relativamente à igreja Católica e a outras (os que conseguiram). Agora que já viajam e contactam com outras culturas. Nada pode ser feito e muito menos à força, o exemplo mais recente e que correu muito mal, foi a loucura de Bush, querer transformar o Iraque numa democracia e eliminar o Ben Laden e os Talibans, agora estão metidos num beco sem saída!...
O nosso desejo contra as barbaridades que se cometem no mundo é uma coisa, a resolução da realidade em si, é muito mais complexa.
Isto daria para um «bate-papo», assim fica como uma conversa inacabada...
Beijinhos e «aquele grande abraço cheio de energia e ânimo», que tu tanto precisas.
Manú

Glorinha L de Lion disse...

Isadora, Beta, Beth, Clau,Nilce, Alexandre, Taia, Manu, eu tinha respondido a cada um, comentários emorrrmes e minha porcaria de conexão caiu, me desculpem mas não vou escrever tudo de novo. Tô P da vida com essa conexão f da p.....!!!!!!Tentei salvar o que escrevi, mas não consegui, tá toda hora caindo...raios de copa que fica todo mundo na net e dá nisso! Beijos a todos e obrigada pelos coments.

Taia Assunção disse...

Mas dá uma raiva quando acontece isso né Glorinha?! Tenho dado Ctrl C antes de enviar meus coments...já passei muita raiva com a conexão daqui também...beijocas e bom final de semana. ;-)

She disse...

Minha querida simplesmente sensacional o seu post e a sua abordagem, adorei!
Beijo, beijo!

www.comtextosdavida.com disse...

Olá!
Ultimamente tenho pensado muito sobre isso também.
Para mim tudo o que causa sofrimento, tem outro nome, menos cultura.
Precisamos evoluir muito a ponto de conseguirmos sentir a dor do outro, seja ele o que for. Mas vamos seguindo à caminho da evolução,espiritual e nada mais.
bjs Lais

Luma Rosa disse...

As mulheres na Africa não conhecem outra realidade e por isso não se revoltam. Não sei se o documentário que assistiu foi no GNT e que assisti alguns episódios - as mulheres felizes por serem as escolhidas para dormir na cabana do macho, como se fosse uma recompensa por terem trabalhado direitinho! Para nós a poligamia não é aceita, mas quantos homens são realmente fiéis em nosso país? E quantas mulheres labutam sozinhas para sustentar a casa e filhos com maridos que passam dias/meses/anos à procura de emprego? E as meninas no nordeste ou mesmo no sul do país que são oferecidas para forasteiros a troco de um quilo de alimento para a família?
Não nos tiram o clitoris, mas as mulheres em nosso país se auto mutilam com plásticas em prol de um padrão de beleza imposto. Passam fome e tomam drogas para manter o corpitcho! Viu que na Africa as mulheres mesmo sem clitoris parece que se amam mais?
Glorinha, não me sinto preparada para comentar. Acho que existem muitas diferenças de culturas e dentro do nosso proprio país muitas mulheres brigam por um mesmo homem, não se dando o respeito e jogam bebês em lixeiras!
Realmente, se começar com as comparações, acredito que lá a desculpa para a diferença seja a "Cultura" e aqui? Ah, estou pra falar de um assunto que vi entre blogues "feministas" outro dia, que está me encasquetando!
A Grace Olson conhece muito bem os costumes africanos e está de ida para um "resgate" na Africa e ela seria a pessoa ideal para comentar este post, sabia? Vou avisá-la!
Bom fim de semana! Beijus,

Anônimo disse...

Ainda vamos ter que esperar centenas de anos para que a África venha a ser um Continente evoluido.
A África é um poco de contradicoes, onde se mixam a beleza e a dor.A dor de criancas vilipendiadas à luz do dia. A dor de ver mulheres sendo massacradas a troco de idéias ilógicas.
Mas, a África é , tbm, mais que isso. A África detém um poder cultural inominável. A África tem belezas mil. E nao falo, apenas , das fotos que nenhuma relacao tem com o texto.
Falo de uma África que precisa de orientacao para se encontrrar. O problema é que o europeu estuprou o Continente de tal forma que, hoje, nao tem condicoes de dar suporte.
A mulher africana agoniza por ajuda. Mas quem lá vai, vai apenas para ver as excentricidades de um continente que é, ao meu ver, o mais belo de todos.
A África é alimentada por desejos excusos pelo europeu que financia guerras e conflitos tribais. A Europa lucra com isso..:A Europa lucra quando troca suas armas de fogo pelas riquezas da África.
Até o inicio da primeira metade do século passado, os conflitos na África poupavam as mulheres, idosos e criancas. Hoje, nao mais...E elas perambulam pelo continente...sendo violentadas, tratadas como pano de chao.
Eu convido a todos irem à Africa. Mas, nao apenas por turismo. Que todos parassem em um vilarejo, sentasse, ouvisse o que as mulheres africanas têm a dizer. Com certeza, esse seria um meio eficaz de se ajudar a quem, na calada da noite, apenas geme...Por que chorar, já nao aé possível.

eu JÁ FUI À áFRICA, 9 X. e me preparo para a décima viagem que acotnecerá entre setembro e outubro. Desta vez, eu vou a Mocambique(onde vivem as 8 criancas ruandesas), Malawi, Quenia e Tanzania. E lá, eu vou ter acesso, nao apenas às criancas refugiadas, mas a mulheres viuvas, vitimas de conflitos tribais, no Quênia e na Tanzânia.
A minha intencao é fotografar essas mulheres apra um projeto de Mestrado. Mas, com certeza, eu vou voltar com o coracao partido.
Por que se ler, apenas, já nos amchuca, imagine, ficar cara a cara com elas...

O MUNDO PRECISA ACORDAR PARA A AFRICA. NÓS, BRASILEIROS MAIS AINDA...POR QUE, DA ÁFRICA VIERAM PARTE DE NOSSAS ORIGENS
Dias felizes
GRACE OLSSON
graceolsson.com/blog

Anônimo disse...

Outro dia, em 2008, eu fiquei cara a cara com uma africana, em Rwanda. Ela me falava da dor de saber que, mesmo sendo refugiada e o marido nao dando murros numa broa, ela teria que suportar a humilhacao de dividi-lo com outra, 10 anos mais nova.
Veja só...o homem vivendo uma tragedia, perambulando pelo continenhte e , messmo assim, humilhando a esposa.
A filha do casal, sangwa, 17 anos me falava assim:

TIA, PODE UMA COISA DESSAS?PAPAI NAOSE ENXERGA...DIZEM QUE ENGRAVIDOU A MULHER DE UM CARA DO BURUNDI e, agora, a minha mae nao sabe oq ue fazer...
Eu tenteid e tudo para que essa mulher-a ruandesa-fizesse uma cirurgia de ligadura de trompa para nao ter mais filhos...ela tem 8.Tudo em vao...
Até que, na minha ultima viagem,ela de forma envergonhada, se vestiu com uma tunica enorme para nao me mostrar a barriga. Sim..ela se sentia envergonahda, Glorinha, de me mostrar uma realidade que ela nao poderia lutar contra.
Sao varios os sofrimentos submetidos à mulher africana...dar livros e livros sobre o tema.
O meu interesse no continente é, e sempre será , as criancas refugiadas. Mas, semana passada, eu recebi um convite para visitar as mulheres viuvas do Kenya. Elas e toda a sorte de sofrimentos.O Mundo precisa acordar apra a AFRICA...
Mas o que se ver no Continente sao engravatados ...
graceolsson.com/blog

Anônimo disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Fabrício e cheguei até vc através Zambeziana. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir meu blog Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. Estou me aprimorando, e com os comentários sinceros posso me nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs



Narroterapia:

Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.


Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.


Abraços

http://narroterapia.blogspot.com/

Ana Maria Braga disse...

O texto merece muita reflexão. Não concordo com tanta barbaridade. Acho isso um atraso total.Bom domingo.

Eduardo disse...

As culturas de todos os paises estao sempre sendo alteradas com o tempo. Nos paises mais modernos alguns aspectos culturais chamados folcloricos podem ser mantidos apenas por questoes de entretenimento; no fundo com o passar dos anos entrarao para a historia. Manter praticas totalmente absurdas e crueis a titulo de preserver “culturas” eh um absurdo, e quem o defende esta tomado uma attitude de fechar os olhos porque nao estao sofrendo com isso. O problema eh dos outros…
Sou a favor da modernizacao de todas as culturas, inclusive as indigenas, porque so assim poderemos ter um mundo melhor. Manter grupos indigenas, aborigenes e similares na idade da pedra porque assim temos um zoologico para nosso entretenimento, nao tem sentido. Todas essas culturas primitivas apesar de se falar muito em como elas sao “belas” e “puras” possuem muita pratica absurda, mutilante e sofrida. O obvio parece nao ser tao evidente para muita gente que so ve maravilhas em culturas primitivas e atrasadas. Africa e Oriente Medio estao repletos de attitudes culturais mutilantes e absurdas.
Shrek

Michelle Siqueira disse...

Glorinha,

Há uma "feminista moderna" da área literária que falou nuances sobre este assunto. Isabel Allende. Falou recentemente AQUI.

É um vídeo. Assita que vale à pena (se é que já não conhece!)

Um abraço,

Michelle

Anônimo disse...

A mulher africana nao conehce otura realidade que nao aquela que ela tem.
Outro dia, uma antrópologa portuguesa e que foi à Africa visitar um Campod e Refugiados por 2 meses, me perguntou se as mulheres do Campo sabiam da posicao dela na sociedade. E eu pergunto:

COMO SABER SUA POSICAO QUANDO SE VIVE NA MISERIA LABUTANDO POR COMIDA?
é bem dificil, isso.
Grace OLsson

Socorro Melo disse...

Oi, Glorinha!

Muito interessante essa abordagem. Uma forma violenta de cultura. Muito primitivismo mesmo. Como você bem diz, é uma questão a ser discutida de forma globalizada. Infelizmente, acho que a mudança de mentalidade nesses países vai levar muito tempo, pois, é uma coisa enraizada, e o processo de mudança com certeza será lento, mas, é preciso que se inicie.
Um grande abraço
Socorro Melo