segunda-feira, 25 de julho de 2011
Escrever
Olho a caneta
A deslizar
Como se a mão
Minha não fosse
e ela obedecesse
à ordem de outro ser
Teria vida própria
A minha caneta?
Ou a minha mão
Tem querer?
Não consigo fazer
com que pare
Ela escreve
Traça
Desenha
As letras no papel
Será que minha
mão
tem ideias próprias
desobedientes?
Revoltosas
Deram-se independência
do cérebro?
Proclamaram-se
senhoras de si?
Alforriaram-se?
A caneta desliza
Desenha e traça
Dá ordens, organiza
E eu, nem pisco
Obedeço
Traço, cansaço
Nos dedos
desacostumados
a desenhar alfabetos
a engatar letras
formando frases
à mão.
Saberei lê-las depois?
Nessas garatujas de médicos?
Saberei interpretar o que
eu mesma escrevi?
Ou foram elas? As mãos?
Ou a caneta
Que ganharam vida própria
independentes
pequenos cérebros
nas pontas
de cada dedo
da mão direita?
A caneta pára
como a pensar
no que fará a seguir
No que escreverá
em sua letra torta
em sua rebeldia
cheia de si
Sente o gosto
da liberdade
de não ter que obedecer
a ninguém
Palavras suas
das mãos e da caneta
tradutoras, intérpretes, diretoras e autoras
Maestrinas
de sua própria criação
Eu
Sou apenas
Seu instrumento.
*Aos grandes e aos pequenos escritores do mundo!
Foto de Thomas Fraser
Assinar:
Postar comentários (Atom)
41 comentários:
Magnifico. :D
Obrigada Jason! Bitoca,
Muito lindo, Glorinha querida!
Reflexivo...
Aliás, é a reflexão um componente constante de sua escrita, razão pela qual tanto me agrada!
Bravo!
Abraço, amiga.
Glorinha,
Com certeza sua alma está na sua mão e na sua caneta! parabéns pelo dia do escritor!
Girassóis nos seus dias!
Beijo
Glorinha, muito lindo! Beijinhos, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com
Obrigada Zélia, fico sempre feliz quando a vejo por aqui! beijão,
Obrigada Celina, tenho certeza disso....beijos,
Oi Nane, linda! obrigada, beijos,
Glorinha, amaaada!
Venho iluminada pela sua chuva de libélulas...me encanto com essa catarse inspiradora e só lhe digo: deixe sair suas palavras, uma a uma, dessa maneira ímpar de ser. O maior problema, pra mim, é quando elas se escondem...é o pique-esconde mais angustiante que podemos viver! No seu caso elas brincam de roda, amarelinha, zanga-burrinho, cobra-cega e depois se encontram na mais linda fraternidade.
Beijuuss n.a.
Mãos, dedos,extensões da alma visceral e cerebral,ajunte orquestrado por um dom maior:compor com as letras visões fabulosas derramadas em palavras.
Parabéns amiga!vc faz jus ao dia!
Bjinhos,
Calu
Salut, Glorinha!
Que linda poesia enfeitando o seu dia, dia do Escritor. parabéns!
bjs cariocas
Querida Rê! Muitas vezes elas se escondem de mim tb, minha amiga! E é angustiante sim. Mas quando querem voar, saem aos borbotões, como no dia em que escrevi esse poema: saíram 6....um atrás do outro, como pássaros ansiosos por liberdade....E eu os soltei, deixei-os livres, desengaiolados de mim. Brincam de tantas brincadeiras assim, as minhas palavras? Oba, fico feliz com isso, beijos querida,
Obrigada, amiga Calu. Saber que meus amigos apreciam o que escrevo é um presente que os deuses da escrita me proporcionam ao ter me dado mãos e dedos que orquestram palavras me fazendo de instrumento para a inspiração que me sopram, beijos querida,
Merci, Betita! Que esse dia possa me trazer boas novas, juntamente com as libélulas dançarinas me anunciando sonhos tornados reais...que os deuses da escrita me iluminem! Beijos,
Lindo!
Adorei essa dança da caneta em teus dedos!...Um poema cheio de movimento de mãos, de asas, de pensamentos...
Parabéns pelo Dia do Escritor!
Bjs. Bombom
Obrigada querida Bombom! Fiquei até cansada de tanta dança....rsrs beijinhos,
Querida Glorinha
Presto uma pequena homenagem lá no blog a vc, Mila e aos escritores que tanto merecem esse dia especial!
Parabéns!
Que venham muitas palavras ainda!
Eba Crica! Vou lá ver! Obrigada, beijos,
Vim lhe dar os parabéns pelo Dia do Escritor, ainda que fora da data. Afinal, para o escritor, todo dia há fontes inesgotáveis de inspiração e a escrita flui...
Gostei de ouvir a sua voz através do vídeo. É interessante como, quando a gente não conhece a pessoa, faz uma ideia da voz e se surpreende quando ouve!
Que você tenha muitos motivos de alegrias com a sua escrita.
Bjs.
Oi Glorinha...
querida...
às vezes acho mesmo que a caneta tem vida própria e que nós somos apenas seus servos obedientes.
rs
Querida Amiga Glorinha
Desejo que o seu dia seja de paz.
Embora eu tenha me atrasado pra desejar um Feliz dia do Escritor, estou aqui, abraçando você, parabenizando a linda escritora que você é.
um abraço carinhoso, viu
Obrigada, querido Alê. Graças á amigos como vc vou deixando as ideias fluírem, dançando na minha escrita, sonhando com o dia em que estarão por aí, de mão em mão, em livros de papel, eternizando os meus escritos, beijos amore,
Obrigada Gina. Surpreendi muita gente, né? A imagem que fazemos das pessoas pode ser totalmente diversa do real...beijos,
Obrigada Liliane, gentileza a sua, beijos,
Que lindo amiga!
E' o teu dom!
Bjos
Léia
Olá querida Glorinha,
Eu considero que as mãos são uma extensão do nosso pensamento!...
Interessante! Escreves primeiro à mão e depois passas para o computador? Custou-me essa alteração, mas agora já escrevo directamente para o computador!
Beijinhos querida amiga!
Manú
Obrigada amiga, beijinhos,
Oi Manu querida, saudades! Não, geralmente escrevo direto no computador, mas às vezes a inspiração vem quando estou deitada ou em outro lugar...foi o que aconteceu neste dia em que escrevi esse poema...vieram 6, de uma só vez...fui escrevendo à mão...parecia que estava "recebendo" dos céus, direto dos deuses da escrita para minhas mãos...difícil foi depois entender o que elas haviam escrito...tive que "traduzir" rsrs Beijos,
Que bonito! Me identifiquei muito!
Gostei realmente daqui.
Convido-lhe para visitar meu blog: (paulobouvier.blogspot.com)acho que vai gostar! Obrigado!
No dia em que falaste para os auditores virtuais tentei entrar no teu blog, sem êxito algum! Entendo que todos queriam o mesmo: felicitar-te pelo teu sucesso, pelo teu livro e pela mulher que és!
Ali estavas tu, uma mulher bonita,lendo uma passagem do seu livro, calmamente e numa voz sedutora...Volto hoje e encontro este poema MAGNIFICO...
"Sente o gosto/ da liberdade/ de não ter que obedecer/ a ninguem/"
Os escritores são assim mesmo:"Como se a mão/Minha não fosse/ e ela obedecesse/ à ordem de outro ser"!!!
Parabens, minha querida e mil beijos.
Graça
ESCREVER - é o que torna o ser humano, de alguma forma, "diferente" dos animais.
Beijo-te as mãos escrevinhadoras, amiga.
Obrigada pela vista Paulo, seja bem vindo ao meu Café! irei visitá-lo assim que puder, tá? abraço,
Obrigada, querida Graça! Fico feliz que tenhas gostado da minha "audição" beijinhos,
Obrigada, meu poeta e amigo, Rodolfo, beijo também as tuas,
Querida....lindo...saudade de passear por aqui...bjo
Glorinha, que música deliciosa é este trecho, eim:
"Sente o gosto
da liberdade
de não ter que obedecer
a ninguém"
Me deti nesse pedaço repetindo pra mim mesmo que é assim que deve ser... Nós, canetas livres, podemos escrever nossa história... e que as pessoas onde nossas letras forem gravadas saibam o quanto nos "pesa" deixar parte de nós ali. Mas que também saibam, que ao deixar, nos alimentamos mais ainda para que novas palavras frutifiquem. Grande beijo e ótima semana para você.
Cucla, querida! Coincidência...sem ter visto seu comentário ainda, acabei de te mandar um email! Bom tb te ver aqui, beijos,
Oi Prof Bauru. É verdade, nossas palavras, depois de libertas são de quem as lê...que deem valor à elas. beijos,
Lindas palavras....simplesmente ameii!
Poema de uma bela escritora...em homenagem ao Dia do Escritor.
Lindo Glorinha.
Essa é uma caneta mágica, que te torna escrava - da arte que é ser poeta!
Obrigada Fernanda! beijinhos,
Essa é a melhor escravidão que existe, Luzinha! Obrigada, beijos,
Postar um comentário