sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um Livro, Óculos e Uma Caneta - Natureza Viva

Alguns poderão olhar esta foto e ver simplesmente, um livro, uns óculos e uma velha caneta tinteiro...
Pois, para mim, é meu primeiro livro, os óculos que me fazem enxergar e me possibilitam a escrita e a velha e usada, tantas vezes manipulada, Parker 51 que pertenceu ao meu pai. Trata-se de um natureza viva e pulsante.
Já contei a estória desta caneta aqui e aqui.
Meu livro não é nenhuma obra prima, é somente meu primeiro livro, onde coloquei minhas dores, angústias, dúvidas e respostas que encontrei em mim e nas mulheres à minha volta. Não será daqueles livros marcantes ou inesquecíveis. Tenho plena consciência das suas falhas, defeitos, erros mesmo. Mas não importa. É meu, foi o que consegui fazer e dar de mim naquele momento.
Não tenho sequer a pretensão de achar que todos deveriam gostar ou avaliá-lo como excelente.
Tenho tido ótimas avaliações, até de gente que nem conheço, como a mãe de uma amiga que me disse que leu, releu e tornou a ler, ou de uma amiga, inteligente e culta que me disse que ficou pasma ao ver como descrevi bem essa fase da vida das mulheres e de sua surpresa ao constatar como escrevo bem...acho que nunca havia lido o que escrevo por aqui...Tenho recebido emails, comentários, o livro está vendendo muito bem, já passou dos 250 exemplares vendidos, mas sei que não será um best seller e nem ouso pretender isto.
Enfim, sei que não sou um Tólstoi, um Machado, uma Lígia, sequer uma Martha...sei que engatinho na arte da escrita, tenho meus méritos, sei que escrevo bem, mas sei também que como eu, há milhares e muitos outros, melhores, mil vezes melhores, e não tenho a extrema vaidade que alguns supõem que eu tenha. Tenho-a na dose certa, pois sei do meu valor. Claro que fico feliz ao receber elogios. Fico feliz e me sinto orgulhosa do que fiz e do que tenho feito até agora.
Mas, não é sobre isso que vim falar hoje, ainda me restabelecendo da gripe. Vim falar sobre a caneta de meu pai, a velha e gasta Parker 51, que está guardada e é a minha fonte de inspiração, uma espécie de amuleto, pois veio parar em minhas mãos, nem me lembro mais como ou porque.
Eu me emociono todas as vezes que falo dela, porque ela me faz lembrar meu pai, que me dizia que publicaria meus poemas quando eu era adolescente e que partiu, num dos infartos que teve, quando eu tinha quinze anos...
Já falei sobre meu pai aqui, sobre a minha relação com ele em vários posts e sobre a sua ausência em minha vida nesta fase tão complicada que é a adolescência, mas, enfim, não quero me vitimizar e nem levar a coisa toda para um lado que não é de meu feitio. Sobrevivi à sua perda, virei mulher, casei e tive meus filhos e a caneta só me pareceu importante de uns anos para cá.
Acho que ela tem uma simbologia única, pois, ao olhá-la, sinto como se olhasse o meu pai. Ao tocá-la, sinto que um pedaço de meu pai, está ali, nas digitais deixadas, na pena torta pela sua escrita, nos resquícios de tinta azul turquesa que ele gostava de usar.
Então, escrevi hoje esse post, porque meu pai continua sendo meu mecenas, ainda que não mais esteja aqui há muitos anos, pois investiu em mim, na minha cultura, nos livros que me deixou, em tudo o que me transmitiu em ética e amor pelos livros, mas, principalmente, por ter acreditado em mim, quando eu era praticamente uma criança. Ele atestou o meu valor. Para mim, isso foi fundamental.
Ao olhar esta foto, com três coisas que simbolizam a minha primeira vitória, o primeiro passo na construção de um sonho sonhado lá atrás, numa outra esquina do tempo, senti vontade de escrever sobre isto e de como, apesar de tanta gente continuar me olhando de braços cruzados, gente com laços de sangue, gente que poderia ter me estendido a mão e não estendeu, eu, a filha temporã, a raspa do tacho, a que se lembrava tão pouco dele, sinto o olhar de meu pai, sinto seu toque, seu abraço perdido nas brumas do passado, seu aval, seu sorriso...Tudo isso, simplesmente, porque possuo a sua caneta. Uma velha e gasta Parker 51.
Obrigada a todos que tem me dado força e coragem para continuar. Obrigada, meu amado irmão Renato. Obrigada Paulo Bastos, meu amigo e fotógrafo que eternizou um momento, numa esquina do tempo chamada Saudade.

58 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
Que bom estar melhorando!!!
Pai é pai...
Que bela reflexão... vc sabia que é reflexiva??? Isso eu gosto muito também... Refletir nos faz crescer...
Bjs de paz e excelente fim de semana.

William Garibaldi disse...

Cada olhar uma leitura né! Um objeto tem mil linguagens em nosso coração! Assim teu livro de mil linguagens e simbolos!
Quem sabe será um Best Seller sim!
Quem sabe vc nào vire uma Tolstoia! rsss
Quando fazemos algo com o máximo de nós, já está perfeito!
...............................

Vim também te convidar a ir me visitar amanhã, no aniversário de um ano do Versos de Fogo, você é parte importante na história do meu Blog, e será uma honra tê-la lá comigo amanhã!
Bjus Glorinha querida!

PS:)))))
Quem se acha não é... quem é não acha! Tem certeza! Então relaxa que vc é TUDA de BOM!!! Uma de minhas escritoras favoritas!

Valéria disse...

Oi Glorinha!
Seu post nos mostra como de coisas simples se pode expressar sentimento, do que podemos ver além das aparências de meros objetos de tantos significados. Bela homenagem! Belo post!

Beijo e um lindo final de semana!

Bordados e Retalhos disse...

Glorinha fico feliz em saber que está melhorando, se recuperando. Amiga fiquei lendo o seu texto e percebendo, mais uma vez, que vc é uma pessoa especial mesmo, sempre surpreendente. Também fiquei pensando como um objeto torna-se valioso para alguém e que como é bom que vc sinta a presença do seu pai ao olhar sua caneta. Isso é sinal de todo bem que ele lhe deixou e das tants coisas valiosas você herdou. Sensibilidade é uma delas e hoje tão fuindamentalpara o seu talento. Fiquei pensando em como esse pai, mesmo tendo deixado a vida tão cedo, foi importante para tê-la tornado a pessoa que você é. Bjs amiga, amo você.

ju rigoni disse...

Texto lindo, Glorinha, compondo belamente com a foto. Ambos dizem muito sobre você. Há saudade, poesia, e muita realidade em suas palavras. O que está guardado dentro, de bom ou ruim, nunca se esquece. É o que nos faz ser o que somos. Adorei ler, amiga.

E agora, mudando de assunto, estou aqui, a postos, aguardando o seu primeiro romance. E curiosíssima.

Perdoe a demora. Tenho visitado os amigos, mas a passos curtos. Daí que nunca consigo "ver" todo mundo ao longo da mesma semana. O trabalho avolumou-se e eu estou bem enroladinha. rsrs Bjs, amiga. E inté!

Kelly Kobor Dias disse...

Especialmente lindo seu post hoje Glorinha, falar de sentimentos e emoções é realmente difícil, principalmente quando falamos da família.
beijos

Regina Rozenbaum disse...

Glorinha amada!
Recebi nesse último final de semana - finalmente - sua cria. Foi numa sentada que li...muitas das vezes tive que afastar as lágrimas. Não que tenha me identificado com todas as mulheres, mas traços de muitas me habitam. Talvez pq sinta - atualmente - o lado masculino se aflorando...Uma tentativa de encontrar o tal equilíbrio entre o Yin-Yang que sempre guerreou. Uma coisa é fato: VIVO Nereida e espero, desejo, que meu lado Athena faça florescer a Dione que sou!(nada escritora,que fique claro).
Dessa Parker, amada, pariu um filho, continuação do que deixou em ti seu pai. Frutos de sementes plantadas. E enquanto nosso é marcante, inesquecível, único sim! Mesmo que nasçam outros tantos (nem tenho dúvidas)e mesmo sendo a mãe zelosa e reconhecedora de suas imperfeições é teu filho... AME-O, pois é digno desse AMOR INCONDICIONAL! Das condições para trazê-lo ao mundo só você sabe e sentiu...ninguém dá a luz por nós!
Beijuuss n.a. e obriagada pela carinhosa dedicatória.

Nina disse...

Que texto lindo e vibrande e cheio de amor, Glorinha. Uma Parker, lembro disso, tínhamos uma lá em casa tbm :-)
Fico triste em pensar que vc perdeu seu pai tao jovem... quase perdi o meu tbm nessa época, mas nao pra morte, mas por teimosias e orgulho.

Mas é isso.
Teu livro desse ver ser maravilhoso! Tem que se sentir mesmo, mt feliz e orgulhosa.

R. R. Barcellos disse...

- Do primeiro amor ninguém se esquece... Beijo.

Iram Matias disse...

Glorinha ler o que vc escreveu sobre seu pai, me emocionou. Ler o que vc escreveu do seu livro me fez admirar mais ainda vc pela sua humildade e sabedoria. Seu livro é excelente, não tenha dúvida. Ousado por colocar tão bem os sentimentos tão complexo das mulheres. Tenho emprestado para as amigas, já que nao é facil a possibilidade de comprá-lo, tendo em vista que moramos fora. Mas não importa, o importante é que ele estar sendo lido e é esse o objetivo dos livros. Ele já até me serviu de exemplos no bate boca de mulherada por aqui. kkkkk
PARABÉNS! ADORO TE LER.

Glorinha L de Lion disse...

Rosélia, como vc é prespicaz! Não, eu sequer desconfiava que era reflexiva...que coisa, hein? Obrigada por me revelar esse meu dom! bjs,

Glorinha L de Lion disse...

William, ternurinhas procê...vou tentar ir lá amanhã...a asma agora atacou de jeito...beijos, obrigada,

Glorinha L de Lion disse...

Pois é Valéria, um objeto deixa de ser um simples objeto quando lhe agregamos valores pessoais, bjs, obrigada,

Glorinha L de Lion disse...

Gi, me emocionei lendo seu comentário, sabia? Aliás, mais do que sempre, ando uma manteiga derretida...quando fico com asma, ainda fico pior...vc é que é especial, pois sabe me amar apesar de e não por causa de...Obrigada amiga, é bom te saber aí, mesmo longe, beijão enorme, bom findi!

Glorinha L de Lion disse...

Oi Ju querida, tb ando em falta com todo mundo...estou na reta final, nos ajustes finais do meu romance...mais de um ano se passou desde que o comecei e agora sim, ele está quase do jeito que sonhei...falta pouco. Mas, o mais difícil vem agora! Obrigada por ter gostado do que escrevi, foi com a alma e lágrimas nos olhos, pode crer, beijo grande,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Kelly, pra mim é muito fácil falar de emoções...difícil é me fazer secar as lágrimas depois que acabo de escrever...beijos, obrigada,

Glorinha L de Lion disse...

Rê amada! Ler teu comentário foi a gloria! Que coisa linda saber que toquei a alma de mulher tão Reginamente Rainha! Elogios assim enternecem, me deixam de pernas bambas e coração ainda mais amanteigado...rsrs Ô coisa boa saber que te trouxe lágrimas ao olhos, por sentimentos bons, por se ver e se reconhecer na minha escrita, por avalizar que somos mesmo, todas lobas, todas em busca da nossa matilha. Obrigada minha rainha amada, esse filho é muito amado sim, tenha certeza, e como toda boa mãe, sabe dos defeitos e qualidades de seu filho e, ainda assim, o aceita como é...Beijãozão, obrigadíssima,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Nina,obrigada querida. Olha só: não tem ninguém que possa levar o livro pra vc? Se quiser, me mande um email que tem um jeito da gente fazer a coisa toda...se quiser, claro...meu email é criia2@hotmail.com
Beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Segundo, né Rodolfo, meu amigo? Primeiro amor é a mãe da gente, claro...rsrs Vc foi um mensageiro supimpa, agradeço prostrada aos teus pés...beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Iram querida, fico muito feliz com isso que me conta, que meu livro está dando chance ao debate, à discussão de ideias, de pontos de vista femininos...Isso é bárbaro! Obrigada por seu carinho, viu? beijão,

Maria Izabel Viegas disse...

Minha amiga, estou aqui com os olhos marejados d lágrimas. Vc coloca tanta emoção, fala deste teu amor ao teu pai que dá para se sentir d lado de cá!
Quanta renura, querida.
vc sabe Glorinha, o quanto eu acredito nesta vida além da vida. E muito já senti vibrações , ondas de amor vinda de objetos usados pelos nossos amdos. Lembro destes teus dois posts, belos!
E amiga, sinta-se sim, uma vencedora. Vc tem o dom de construir poesia e contos e deve sim, muito se orgulhar. Vive esse momento. Com esta doçura de recordações.
Um beijo no teu coração, leoa!

Glorinha L de Lion disse...

Olha Maria Izabel, minha amiga, esse amor por meu pai, por motivos vários, que nem caberiam aqui, por serem tantos, foi re-descoberto há pouco tempo...a vida me fez esquecer...eu tinha poucas memórias de meu pai, mas como por um encantamento, as recordações foram voltando...acho que talvez meus livros sejam responsáveis por essas lembranças tão emocionantes...Hum, quando ler meu romance, aí é que vai se debulhar mesmo...esperes e verás, minha amada Izabel San! beijos, muitos,

Beth/Lilás disse...

Maninha, eu bem sei o quanto você estava louca para usar esta caneta no dia de sua estréia e como já tinha me contado sobre a história dela.
Eu acho tão lindo quando a gente guarda lembranças que pertenceram aos nossos mais amados, como é o seu caso e o de meu marido que tem também uma dessas 'Parker 51' que pertenceu ao pai dele. Ele também tira de vez em quando a mesma do estojo, olha e guarda.
A gente fica mesmo emocionada com isso, faz parecer que aquela pessoa está ali ainda, abençoando, cuidando, sentindo as alegrias daquele momento pela gente.
Muitas coisas estão sendo re-descobertas e mesmo reveladas à sua lembrança durante o período em que estás escrevendo, uma verdadeira catarse é o que tens vivido e eu posso atestar.
um grande beijo

Leila Brasil disse...

Glorinha, fico imaginando a grande viagem interna que se realiza ao estar de frente com a imagem da "velha Parker". Até tomei emprestado a tua postagem para acionar memórias parecidas do grande amor que vivi com o meu pai que também já se foi.
Tuas reflexões repercutem gostosamente em mim e eu só posso agradecer . Fico contente também de o livro estar fazendo a sua própria estória e você ter esse retorno bom .
Beijos

Lúcia Soares disse...

Glorinha, também me emocionei porque falou do seu pai, mostrou suas lembranças, e me perdi de tristeza ao me lembrar do meu. Fico pensando que à vezes é tão pouco o que recebemos deles, mas tem um poder valioso, por estar contendo todo um amor.
Não pense que seu livro vale maenos, que há outros que escrevem melhor, pois todos temos o direito de ter nosso lugar ao sol!
Queria poder lhe abraçar agora!
Beijo e bom fim de semana!

Dani dutch disse...

Glorinha, estou passando pra desejar um ótimo fim de semana
bjuss

Zélia Guardiano disse...

Texto lindo, Glorinha!
Identifiquei-me sobremaeira...
Você, com sua caneta Parker 51, eu, com um lindo peso para papel, que meu pai mantinha sobre sua mesa, no escritório da estrada de ferro, onde trabalhava.
O referido peso , agora, é meu, numa história parecida com a sua.
Adorei, querida, tanto quanto adorei o livro...
Beijos.

Vivian disse...

Bom dia,Glorinha!!

Emocionante seu texto!É lindo esta relação de pai e filha,o que ele lhe deixou nos poucos anos que viveram juntos, muitos não deixam em uma vida toda de convivência! Penso que aqueles que amamos jamais nos deixam, pois sua presença é uma constante no coração! Me sinto assim em relação ao meu vô, que partiu antes de um completar 15 anos, foi bem triste, pois foi a 10 dias do meu aniversário e estávamos fazendo muitos planos...Mas a vida é como é e vamos vivendo e aprendendo!Parabéns pelo livro,(ainda vou ler!!)que ele lhe traga muito sucesso e muitas alegrias!!!
Beijos pra ti!
*Fiz um blog, onde escrevo meus contos, quando puderes , visite-o e me diga sua opinião sincera, sobre o que achou, se puder apontar os erros eu agradeço.Estou aprendendo...
floresnojardimdavida.blogspot.com

Lívia Azzi disse...

Querida Glorinha,

Seu texto hoje é de nos fazer chorar com os olhos da alma. As lembranças, a espontaneidade na escrita, a sinceridade expressada e a intensa saudade que pairou entre as palavras... Quantos de nós nos identificamos com cada um desses pontos que você tocou nessa teia da vida?! E muitos de nós, mesmo pensando em sintonia com o que aponta, ficamos muitas vezes perdidos em nossos próprios pensamentos e não sabemos expressar tanta reflexão e clareza num único texto e nem em tantos outros...

Cada escritor é único. É essa singularidade que os fazem tocar em seus leitores, cada qual ao seu modo, o essencial é que as palavras toquem ao outro, provocando reflexão, imaginação, sintonia, afinidade e releitura...

E tenha toda certeza: seus escritos são tocantes e é impossível ficar indiferente a sua coragem e expressividade com as palavras!

Beijos...

She disse...

Glorinha, minha querida, me emocionei com o seu post!
Beijo, beijo e vamos que vamos que tem tudo para continuar dando certo! ;)
She

Unknown disse...

Três em um,rsrsrs.

Beijo.

Urbano Gonçalo de Oliveira disse...

Lindo texto!
Fico feliz por teres um amuleto, compreendo muito bem a força e o significado disso, acredita minha amiga, teu pai vai sempre guiar a tua mão, e juntos continuarão sempre a escrever o teu coração e a tua alma.
Beijinho.

Partilho contigo também a minha felicidade, acabo de receber uma menção de honra num prestigiado prémio literário por cá, com o meu romance "Genéve", OPAAA!!!

Rô... disse...

oi Glorinha,

vir aqui nesses quatro meses,
é ser mais feliz,
mais humana,
e mais Rô,
é me deliciar com suas palavras,
e ter vontade de voltar rapidinho,

obrigada pelos
quatro meses
do Somente amor...

beijinhos

Taia Assunção disse...

Meu exemplar chegou na semana passada, em setembro o terei nas mãos. Bom guardar lembranças tão doces dos nossos. Beijocas e sucesso sempre menina.

Anônimo disse...

Tem aquela fabula do gatinho que, perdido em uma floresta, foi cercado por um bando de animais selvagens, que sentiam que ele nao pertencia ali e que seria presa facil. Quando o cercearam, logo comecaram as perguntas: "Quem e' voce? O que faz aqui?!" Sem saber o que dizer, o gatinho comecou a explicar: "Pois, vejam bem, err, meu tataravo foi o fundador dessa floresta! Foi o primeiro leao lider e um dos primeiros a popular isso aqui!" Nao convencidos, os verdadeiros leoes, leopardos, elefantes, girafas e macacos, continuaram perguntando: "Mas quem e' voce? O que faz aqui?!: E o gatinho tambem seguia: "Meu bisavo foi o leopardo mais corajoso dessa selva. Se nao fosse ele, as gentes da cidade teriam desmatado tudo isso aqui!" E os animais ainda nao entendiam, e continuavam, cada vez mais ferozes, a cobrar: "Mas e voce quem e'? O que daz aqui?!" O gatinho nao tinha mais o que dizer alem de: "Meu avo foi a ultima onca pintada a conseguir se adaptar a cidade quando foi levado pelo circo. Era um verdadeiro sobrevivente, corajoso, levava a crista dessa selva." Mas nao adiantava, os animais persistiam: "E voce, ora bolas, e voce quem e'? E o que faz aqui?!" O gatinho respondeu: "Meu pai sempre disse que voltaria a essa selva, ele era um gato selvagem, forte e corajoso que acampou toda a adolescencia por essas selvas, e ate constriu uma toca para a familia real." Os animais, cansados e ja prontos para devora-lo, quase em coro, responderam: "Seu tataravo eu ja sei quem e', seu bisavo tambem, e seu avo e pai tem ate gente que ouvi falar por aqui. Mas e voce, companheiro, quem e'?"

Moral da historia, voce pode ate carregar a historia da sua familia, e ela certamente dita quem voce e', mas no mato, na selva, o que vale e' quem voce e' e como se defende. Voce eu vejo que tem se defendido muito bem, alem, e' claro, da boa descendencia.

Beijos e melhoras rapidas,

Roy

manuela baptista disse...

gosto das esquinas do tempo!

mesmo depois de muitos dobradas, continuam, eternas,

no olhar de quem sabe aprisioná-las


a foto é lindíssima, Glorinha!

um beijo

manuela

Manuela Freitas disse...

Olá querida Glorinha,
Mais um texto cheio de afectos e que revela bem a pessoa que és, uma pessoa com valores e sensibilidade!
Eu também sou uma pessoa ligada a objectos, quando me dizem isso não presta, isso já não se usa, só eu sei o porquê do meu apreço e como a sua conservação das minhas coisas me faz bem!
Desejo que continues a melhorar e rapidamente fiques bem.
Beijinhos,
Manu

Glorinha L de Lion disse...

Pois é, né Betita e acabei não podendo usá-la, mas ela posou pra foto...ficou bem bonita a minha caneta....beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Leila, fico feliz que meus escritos encontrem eco em outros corações, que ajudem a refletir e relembrar esquecimentos, obrigada querida, beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Lúcia, pois saiba que recebi seu abraço. No dia em que fiz esse post estava uma manteiga derretida como falei, escrever sobre o passado faz isso comigo, remexe lá no fundo algumas dores esquecidas, mas é bom, pq traz à tona sentimentos há muito adormecidos...beijos, Lúcia querida, obrigada pelo carinho,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Dani, obrigada querida, como só estou podendo responder agora, te desejo uma ótima semana! beijão,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Zélia, minha querida poeta. Então, já leu? E gostou? Fico tão feliz com isso, nem imagina quanto...ter o aval de tanta gente que considero escritores da melhor qualidade, isso não tem preço! Grata mesmo, de coração, beijo grande,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Vivian, te agradeço o carinho. Não posso te prometer nada por agora, pq estou na reta final do meu romance, estou com olhos, ouvidos, sentimentos, tudo voltado pra ele, mas assim que ficar mais calmo por aqui, vou lá te ler sim, com o maior prazer, beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Livinha, obrigada pelas palavras tão tocantes. Fico feliz que tenha ficado sensibilizada com meu texto, pois eu tb fico toda vez que falo no meu pai e na importância dele na formação da pessoa que sou, beijinhos querida,

Glorinha L de Lion disse...

Obrigada She, pois é, emoção pura! beijo, beijo,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Manuel,querido, resumiu bem, rsrs beijinhos,

Glorinha L de Lion disse...

Urbano, fico muito feliz pela tua conquista! Vc merece! obrigada por teu carinho, realmente a caneta é meu amuleto e seguirá comigo me guiando pelos caminhos da escrita, beijos, e parabéns, mais uma vez,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Rô, obrigada, parabéns pelos 4 meses! Fico feliz que goste de vir aqui, beijinhos,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Taia, minha querida, que bom que chegou! Em setembro então vc irá virar na Esquina do Tempo, Nº 50? espero que goste, beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Roy, legal a tua fábula, mas vc não acha que aqui no Brasil vale mais quem tem as costas quentes? Isto é, na selva vale muito de quem vc é filho ou afilhado...zé ninguém aqui é que não vale nada...a lei da selva aqui no Brasil é outra....beijos,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Manuela, tb acho...nas esquinas da vida há sempre algo surpreendente e mesmo que essa esquina seja uma volta ao passado haveremos sempre de ter boas surpresas...pois cada esquina é única! beijos querida, grata pelo carinho,

Glorinha L de Lion disse...

Oi Manu, certos objetos são muito mais que objetos, seu valor é imensurável pq carregam em si muito mais do que o objeto em si, são imensos no que trazem com eles em lembranças e bons sentimentos....beijos querida amiga, sou-te muito grata por todo o teu carinho, sempre,

Taia Assunção disse...

Certamente irei...beijocas!

Glorinha L de Lion disse...

Beijocas tb Taia! Bom dia pra vc!

Anônimo disse...

Glorinha, tem razao, a vida e' dura e cruel, mas ninguem rouba nossa essencia, mesmo essa selva escura e perigosa, mesmo porque, ate ela, tem suas clareiras, nao tem?

Beijao, e que bom que esta em pe de novo!

Roy

PS: O Suma sente sua falta! rsrs

Glorinha L de Lion disse...

Oi Roy, ainda bem que há clareiras na selva! Ainda assim continuo achando que aqui, pra vencer sozinho, só acertando na mega sena! beijos,

angela disse...

me enchi de emoção lendo esta postagem. neste 27 de junho farão 12 anos da partida do meu pai e a P 51 dele ainda não foi encontrada, tenho speranças...talvez tambem me atreva a escrever um conto, sobre a minha relação com ele, especialmente afinidades culinarias.
bjs

Glorinha L de Lion disse...

Acho tão bonito esse poder que as palavras têm de tocar as pessoas, sabe Angela? É uma das graças da escrita, entre inúmeras outras...beijos, se atreva sim!