terça-feira, 27 de julho de 2010

A Graça da Vida e Outras Estórias 2 - Update Sobre a Blogagem.


Essa estória do elefante de Saramago, estória verídica, na qual ele baseou seu livro, me fez lembrar outra bem parecida: A do Rinoceronte da Torre de Belém.
Não me perguntem como eu sei disso, pois não me lembro onde li. Li tanto, antes durante e depois de minha viagem à Portugal, ficou tanta coisa e tantos fatos registrados na minha cabeça louca, que por mais que pensasse, pegasse meus livros de viagem, não consegui achar a fonte onde soube dessa estória. Para mim, uma das melhores de Lisboa e da viagem.
Em 1515 um rinoceronte foi oferecido à Afonso de Albuquerque, fidalgo e militar, governador das Índias Portuguesas, por um sultão.
Dom Afonso resolveu enviá-lo, como presente ao rei D. Manuel I de Portugal.
Depois de 120 dias de viagem, o rinoceronte chegou à Lisboa. A Europa não via um animal exótico desde a Roma Antiga. E, D. Manuel resolveu travar um combate entre o pobre do rinoceronte e um elefante de sua propriedade, pois sabia se tratarem de inimigos mortais.
O elefante, assustado, fugiu, fazendo um alvoroço sem fim e o pobre rinoceronte foi oferecido ao Papa Leão X.
E lá se foi outra vez, mar afora, junto com carregamentos de prata e especiarias, o pobre rinoceronte, para ser presenteado ao papa, em Roma.
Como o navio passou por Marselha, o rei da França, Francisco I, muito curioso, fez com que o navio parasse na França e quis vê-lo.
Em 1516, devido a uma forte tempestade, o navio naufragou e o infeliz, acorrentado, morreu afogado.
A carcaça do animal foi recuperada, em péssimo estado, e retornou à Lisboa para ser empalhada.
Como tudo isso aconteceu à época da construção da Torre de Belém, um dos escultores, resolveu homenagear o animal, fazendo uma escultura do rinoceronte, ou melhor do que sobrou dele. Por isso, a escultura não é nada fiel ao animal verdadeiro.
Essa estória me intrigou tanto, que tive que tirar uma foto do rinoceronte. Que nada tem a ver com o estilo manuelino da Torre, cheio de nós, cordas e motivos náuticos. Pois no meio disso tudo, chapuletaram uma cabeça de rinoceronte com um corpúsculo que parece saído de um conto de terror.
Essa estória ilustra bem a maldade humana, a sua arrogância e ignorância perante a natureza e ao que não conhece.
Muita gente que já foi à Portugal talvez não saiba dessa estória.
Eu, com minha curiosidade de escritora, fiquei encantada e chocada  por tudo o que ela carrega em simbolismo.
As fotos são minhas.
E as saudades de Portugal, muitas.
E a graça da vida está, também, em apreciar os detalhes da paisagem.

Update: Pessoal que vai participar da blogagem de sexta feira, por favor, confirme me passando seus links e quem tiver vários blogs me dê o link do blog que vai participar, que maga adivinha eu ainda não sou...por enquanto...hehe.
Beijos.

18 comentários:

Thaís leão disse...

Côtado do Rino!
Os homens são uns animais mesmo.
Bjs

welze disse...

adorei saber disso. cada dia um conto, cada dia uma história, cada dia um abraço, é só passar por aqui para o dia ficar mais gostoso , mais amigo, mais inteligente, mais turista mesmo de verdade. beijos beijos beijos

Glorinha L de Lion disse...

Oi Filha! Côtado dele e do elefante e de todos os outros animais arrastados de seus habitats pelo simples prazer do homem, que como vc disse, é o verdadeiro animal da estória toda! Bjs.

Welze, queridona! Gostou? Que estória maluca né? pra vc ver como eu gosto de estórias e histórias...hehe beijão amiga do coração!

Beth/Lilás disse...

Uia, que eu não sabia dessa!
Quando lá estive, fotografei em vários ângulos esta bela torre, mas acho que a carranca do bicho não vi não.
É mesmo, como o homem sempre se achou acima de outros animais!
Como disse a Thaís, côtado, acabou empalhado e retratado muito feiamente, inclusive.
E digo-lhe que sempre gostei muito de apreciar os detalhes da paisagem, seja a pé, de ônibus, de trem, até mesmo no avião quando voa mais baixo. O mundo é tão lindo, mas os homens ...!
beijinhos cariocas

Glorinha L de Lion disse...

Côtado mesmo...eu como leio tudo o que me cai nas mãos não sei de onde saiu isso, mas já sabendo, fotografei o coitado...e realmente, minha amiga, às vezes o detalhe faz toda a diferença no total...sou virginiana, lembra?...a detalhista. Beijos.

Urbano Gonçalo de Oliveira disse...

Olá Glorinha! Chamo-me Urbano passeava pelo blog da Leonor e dei uma passagem pelo teu.
Realmente muito pouca gente actualmente conheçe essa história, eu próprio na qualidade de cidadão Português já me tinha esquecido dela. Mas foi bom ver que alguém de tão longe se interessou e comentou no seu blog, parabéns.
Não nos conhecemos obviamente, mas prometo dar mais tempo ao teu blog, entretanto permite que te convide para o meu, pois gostaria muito das tuas opiniões ao que vejo inteligentes.
Blog: O delicado som do silêncio
Link. odelicadosomdosilncio.blogspot.com
Obrigado, fico a aguardar, bjs, fica bem.

Isadora disse...

Nossa Glorinha que história e coitado do bicho. Viagens são algo sensacional e nos proporciona além da felicidade de conhecer um lugar, conhecer suas histórias.
Estou presenta, na blogagem de sexta. Segue o link: http://www.tantoscaminhosisadora.blogspot.com/
Um beijo

MARCELO DALLA disse...

Querida, eis uma história interessantíssima que não fazia a mínima idéia. As peripécias de um rinoceronte e seu trágico fim... coitado!!!!
Se levarmos em consideração que na idade média tínhamos a "santa inquisição", essa história do rinoceronte fica bem localizada...

Ahhh, sobre o coment que deixou no meu espaço, fiquei curiosíssimo!!!! rsrsrsrs

bjossssssss

Dani dutch disse...

Glorinha, eu gosto de passear e conhecer a estoria da cidade, dos monumentos, quando vou a alguma cidade por aqui, gosto de ler antes pra não perder de ver nada.
E não conhecia esta estoria, e se um dia ainda quero ir a Portugal.
bjuss

Tati disse...

Glorinha, que coisa ler este texto no dia que divulgaram a nova lei da Cataluña de proibir as touradas. Estou em clima de final de copa. Isso sim merece vuvuzelas, gritos, bandeirinhas, ruas pintadas!! Este é um motivo para festa e comemoração, para comoção mundial. Hoje é um dia feliz para mim!!!
Absurdo, mas conhecendo um pouco da natureza humana, crível, que algo assim tenha acontecido ao Rinoceronte e ao Elefante. Tão surreal quanto possível. Vergonhoso!
Beijos.

Glorinha L de Lion disse...

Olá Urbano, muito prazer! Já fui em seu blog e também gostei muito. Mais um amigo d'além mar! Como é bom tê-los aqui! Obrigada pela visita e eu já sou tua seguidora. Beijo.

Isadora, incrível essa estória né? Já peguei seu link. Obrigada, bjs.

Marcelo, pois é amigo, vou escrever hj sobre isso. Me aguarde! Beijos.

Dani, é muito bom viajar né? E melhor ainda saber e ver os detalhes e estórias curiosas dos lugares por onde passamos. Beijos.

Tati, que maravilhosa notícia! Eu não sabia. Coincidência? Sei lá...mas realmente isso merece ser comemorado! Beijos.

Bordados e Retalhos disse...

Glorinha, as vezes tenho vergonha das idiotices das pessoas, em todas as épocas. Seja na história do rinoceronte ou na história das touradas ainda hoje, que vergonha!Querida obrigada pelo carinho e por seu comentário lindo no meu blog. Não se preocupe por achar que não me deu atenção esses dias. Sei que do seu carinho e do seu cuidado, da nossa amizade virtual e verdadeira. Amiga, estou agora esperando e respeitando dele, a hora dele ( do meu filho).
Ah estou na blogagem coletiva de sexta feira.
http://bordadoseretalhos.blogspot.com/

Bjs

Michelle Siqueira disse...

Já passei por essa torre um monte de vezes e nunca percebi o rinoceronte lá. Não conhecia essa história, deve ser daquelas que reservam pra contar pros turistas e os nativos mal tomam conhecimento. Falo isso porque já morei em Natal e quem visita lá conhece imensas histórias do Forte dos Reis Magos que eu nunca ouvi falar.

A Torre de Belém é um encanto histórico. Quase todas as pinturas de paisagem antigas que vejo em Portugal tem lá a Torre no detalhe. Um marco. De arrepiar. Adoraria conhecer todas as histórias que você ouviu por aqui!

Vou participar da Blogagem Coletiva com o meu único blogue: www.janelapessoal.blogspot.com

Mas continuo duvidando que vou dar conta. Só não vou desistir sem tentar!

Bjos!
Michelle

Lúcia Soares disse...

Também não sabia da história e é trágica mesmo.
Uma pena o pobre animal servir de joguete nas mãos dos senhores da época.

Quanto à blogagem, estou dentro.
luciahsoares.blogspot.com

Beijo!

Glorinha L de Lion disse...

Giovanna querida, isso mesmo, dê o tempo que ele precisar...só esse passo na sua direção já foi importante demais, amiga! Já coloquei seu link na lista. Bjs.

Oi Michelle, não foi nenhum guia que me falou sobre isso não, eu li em algum lugar antes de ir, eu acho, pq não lembro mais. Mas minha foto não me deixa mentir que eu já sabia da estória. Trágica, mas curiosa. Já coloquei seu link. bjs.

Oi Lúcia, trágico nè? pobre do bicho...como sofreu! Seu link tb já está lá. Bjs.

Fátima disse...

Oi amiga, infeliz a sina desse coitado do rinoceronte não é. Mas estou aqui pensando quantas pessoas não retornam também um farrapo humano, despersonalizadas e ocas de sentimentos depois de terem sido joguetes do desrespeito, indiferença e desamor.
Gostei de saber desse fato, Glorinha é sempre cultura .

Beijo carinhoso.

Fiquei feliz em sentir aqui um astral muito bom, e perceber que está em harmonia com você mesma.
Muito bom mesmo.
Outro beijinho.

Anônimo disse...

Glorinha, as fotos tiradas por ti são lindas :) Eu preciso de mts minutos para não tirar foto de prédios tortas. Tens talento!

Que pena a história do rinoceronte inocente, tirado do seu habitat...

Bom aprender para quando eu for lá um dia.

Beijos

Glorinha L de Lion disse...

Fátima querida, sabe de uma coisa? essa harmonia que tenho buscado tem me feito um bem enorme e graças à vcs todos, meus amigos, estou conseguindo me manter acima dos problemas que são muitos. Passei a olhar mais pra dentro de mim e a dar menos importância ao que se passa fora...quanto às pessoas que voltam ocas, por terem sido joguetes da indiferença e do desamor, essas espero que um dia tb olhem para dentro de si mesmas e se encontrem com elas mesmas. Conheço um monte de gente assim...triste e real. Beijos.