" O homem é uma realidade finita que existe por sua própria conta e risco. O homem irrompe no mundo e depois é que se define, mas no princípio ele é nada. Ele não será nada até o que fizer de si mesmo: logo, não há natureza humana, porque não há Deus para concebê-la. O homem simplesmente é não apenas o que concebe de si mesmo, mas o que deseja ser. Esse é o primeiro princípio do existencialismo, tido equivocadamente como uma filosofia negativa, de angústia e do fracasso. Não! É uma teoria que afirma que o homem está lançado e entregue ao determinismo do mundo, que pode tornar possíveis ou impossíveis as suas iniciativas. Essa contingência é a liberdade na relação do homem com o mundo. O acaso é quem tem a última palavra."
- Abertura da peça teatral Viver sem Tempos Mortos, com Fernanda Montenegro, de Felipe Hirsch -
Fiquei embasbacada quando li esse trecho, essa semana, na coluna da Fernanda Torres, filha da Montenegro, na Veja Rio, pois define como penso a Vida e o Mundo.
Sou existencialista sem nunca ter sido. É nisso que acredito desde que me entendi como gente, embora só há bem pouco tempo tenha me dado conta disso.
Acredito no que Sartre dizia: "Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós".
Escolhemos nossos caminhos, que atalho tomar, e o acaso, sempre ele, é quem nos dirigirá por esta ou aquela trilha, não importa por qual deles decidirmos.
Passei minha vida inteira procurando respostas e, muitas delas, ainda não tenho, mas a cada dia me vejo mais liberta, mais senhora de mim, mais íntegra em meus ideais. Se foi a maturidade que fez isso, confesso que não sei dizer.
Mas hoje, tenho plena consciência de que minha felicidade, meu bem estar, minha integridade dependem somente de mim. E das circunstâncias.
Mudei muito nesses dois últimos anos. Tanto, que às vezes nem eu mesma me reconheço. Ou talvez, o que tenha mudado, não tenha sido eu, mas a forma como me vejo agora.
Hoje sei que estou no mundo "sob minha conta e risco" e isso, em vez de me desesperar, trouxe-me a efervescência e a busca.
Hoje acredito muito mais em mim mesma, no que posso, no que sei e no que sou capaz.
O resto, deixo com o acaso...
E que ele me seja gentil.
Foto: Carlos Pereira
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
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31 comentários:
Inquietos sere humanos.
Lindo Glorinha.
um bom dia com muita luz
beijos
Glorinha,
Hoje também acredito que o que sou / serei depente quase que exclusivamente de mim.
Sabe aquela frase: Você é o que você pensa. O que você acredita. O que você faz.
Nosso caminho sempre tem muitos obstáculos, a coisas que foge ao nosso controle, mas a determinação de como será aquilo geralmente cabe a nós mesmos.
Um beijo
Já eu, Glorinha, acredito em Deus.
Acredito que exista uma essência superior, grandiosa, infinita que nos concebe, nos cria dentro do útero materno. Entretanto, quando saimos, creio que a possibilidade de acontecer o que diz neste texto seja muito verdade, pois o homem vai direcionando sua vida para o que deseja ser. Assim como a maioria das coisas aconteçam pra gente porque direcionamos assim nossas vidas. E no meio disso tudo tem o acaso, quando talvez a interferência divina atue para isso ou aquilo em nossas vidas.
Eu, heim! Não levo jeito nenhum para filósofa, sou meio pancadona das idéias, você sabe, mas ultimamente tenho questionado muito sobre este e outros temas, mas uma coisa eu não gostaria de perder que é esta crença no 'algo' superior que nos sustenta, nos inspira.
Minha tranquilidade interior sempre foi grande por conta disso, por acreditar nesta essência inspiradora e é nela que pretendo ficar até os meus últimos dias nessa terra.
Sobre o texto que a Fernanda Torres abriu a peça, achei-o lindo e profundo, mas é puramente existencialista, não concebe Deus em nada, ou seja, do nada viemos e do nada voltaremos.
Cada um procura o que lhe é mais confortável nesta vida e para mim, o conforto ainda está no acreditar.
beijos e abraços e um ótimo dia!
A inquietude é que nos faz buscar Yasmine, não acha? Beijos,
Também penso assim Lu. E, a cada dia vejo como é mesmo assim que tudo acontece. Não adianta reza, prece, ou ficar ansiosa, tudo acontecerá ou não, se tiver que ser ou não. Cada um tem responsabilidade pelo que é e pelo que faz da sua vida. Adorei seu comentário! bejs,
Acredito Betita, que vc tb ande à procura das suas respostas. Acho que até vc ainda não sabe bem em que acredita, pelas conversas que temos. Embora goste de uma polêmica, como vc bem sabe, respeito quem pensa diferente de mim, mas não posso crer em interferência divina ou que exista um deus que olha por cada um de nós. Mas, cada um crê no que lhe conforta ou no que é mais fácil crer sem dar nó na cabeça...Pensar, questionar, ferver de ideias, escarafunchar lá dentro das feridas, muitas vezes causa mal estar, pois nos tira da nossa zona de conforto. Acho que caminho muitas vezes naquele limiar entre a sanidade e a loucura por conta de meus questionamentos internos.Acho que se faz bem pra vc, não deve mesmo se questionar muito, beijos,
Glorinha, estou sem tempo de escrever no mundo virtual, mas precisa ler este teu post e vibrar na onda de paz que transmitiste nestas palavras acima. Feliz 2011, assim, sem tirar nem por.
Segundo uma profissional estudiosa da Cabala, 2011 é um ano de mudanças e movimentos e nos pede humildade, modéstia e disciplina.
Percebo que estás na estrada!
Um abraço fraterno
Oi Isa, não sei bem se estou na estrada, rsrs...acho que tento, mas muitas vezes, saio da trilha...humildade e disciplina não são meus forte! Mas, com tb não creio na cabala, então, tá tudo ok, rsrs... Desculpe a irreverência, mas sou assim mesmo, Feliz 2011 pra vc tb, bjs,
Oi Glorinha
A inquietude pode ser uma mola mestre que nos impulsione., portanto fator importante na nossa vida.
Eu acredito num Deus, força divina que já me socorreu em muitos momentos, mas como a Lu penso que se é o que se pensa, no que se acredita e no que se faz.
Para mim, faz toda diferença em minha vida a minha crença em Deus.Em relação a ser responsável por si mesmo considero tarefa árdua, mas nos dá excelente retornos.
bjs
Oi minha linda. acho muito bom você estar assim agora. de uns anos para cá, mesmo sem saber se foi vc que mudou ou que mudou o modo como se vê, mas é aqui que entra um tantão enorme da minha ignorância. Não se sente só, ou não está muito só? Parece que sinto que isso não trouxe muita coisa boa, muito benefício para você. Porque será que sempre que faz essas reflexões, lhe sinto um tantinho triste? Será que é coisa de mãe? Daquelas mães que enxergam demais onde não existe nada, ou é realmente cuidado com uma das suas filhas prediletas? Beijos. Me desculpe se invadi demais da conta sua privacidade. Não era essa a intenção. Nem ligue muito para o que escrevi. Deixa pra plá. Mais um montão de beijos.
Amada Glorinha
Sabes de minhas convicções, mas tenho que admitir que esse texto é uma grande verdade! Façamos a nossa parte e que o acaso seja gentil com todos nós!
Muito obrigada pelo comentário carinhoso sobre a minha familia, você é um amor!
Bjo grande
Léia
É o que sempre digo Norma, cada um crê no que lhe convém, no que lhe faz bem. Minha inquietude é coisa que nasceu comigo e vivo buscando respostas e muitas vezes elas nem me interessam. A busca sim, como já até escrevi num poema, essa é o que mantem viva. Beijos,
Queridona, vc lê minha alma. Não é que esteja triste não, nem vazia, pelo contrário, mas essa perpétua inquietude me deixa com questionamentos tão profundos e que por vezes penso que mais um pouco e enlouqueceria de vez...por que doidinha, sempre fui...rsrs. Todos somos um pouco loucos, não é? Mas essas questões não me deixam mais triste ou solitária, ou talvez deixem sim pq me vejo numa impossibilidade de comunicação, muitas vezes, por pensar demais o que outros não pensam ou nem questionem...Aí, muitas vezes falo sozinha, mas só às vezes isso me incomoda, não é sempre não! obrigada por teu carinho e preocupação, beijo enorme,
Léinha querida, sua família é linda mesmo e que união! Bonito de se ver! Sei sim que vc é uma pessoa de fé e generosidade. E, mais que tudo, me entende perfeitamente e me respeita como sou. Beijão,
Bonito texto, Glorinha!
É importante nos sentirmos seguros e confiantes naquilo que acreditamos, e que nos traz respostas, e nos deixa feliz.
Beijos
Socorro Melo
Oi Glorinha
Gostei muito do texto querida. Muito real a parte em que depois que nascemos somos responsáveis por nós mesmos. Depende de nós e dos nossos atos tudo que nos acontece.
Mas eu sou tão positiva e me acontece cada uma...
Acho que preciso de um mantra melhor, rsrs
Você sabe que acredito em Deus, sou cristã, mas respeito tudo e todos.
Adoro história e ela nos mostra tanta coisa diferente dos princípios que fui criada.
Não há razão que explique religião.
Adoro ser assim, curiosa.
Você está bem? Aparece qualquer dia, preciso te contar uns fatos daqui.
Ah, vai lá no meu blog e participa da festa de 1º ano dele.
Bjs no coração!
Nilce
Sempre presente com excelentes textos.
Beijo e bom fim de semana.
Oi, passando para desejar um feliz ano novo, bjss
Obrigada Socorro, é verdade, isso é o que importa! bjs,
Oi Nilce, estou bem sim. E esse texto é mesmo incrível. Eu, como adoro pesquisar e ler e saber, vou me entendendo melhor através das leituras que faço...já fui no seu blog. Claro que vou participar! Beijos,
Obrigada meu amigo Manuel, beijos,
Obrigada Thaíza, um ótimo 2011 pra vc tb! bjs,
TEM UM SELINHO PARA VOCÊ NO MEU BLOG.
Obrigada Anabela, bj,
Alê, bem vindo de volta! Que comentário bacana! Gosto muito disso, cada um dar sua opinião, dizer como pensa,sempre com o respeito que lhe é peculiar. Acho legal cada um externar o que pensa. Estava com saudades com vc tb meu amigo, que bom que voltou! obrigada, feliz 2011 pra vc tb! beijão
Muito querida amiga,minha existencialista preferida...
vc é existencialista no âmago, porque não limita suas escolhas nem pela razão nem pela moral.Espírito livre,
Sartriana na cabeça, mas Kierkegaardiana na inquietação.
Seguindo finalmente a estrada desejada, que o acaso descobriu em momentos de bruma, e que te há-de levar ao destino mais querido.
Texto excelente!
Mil beijinhos
Ternurasssssssssssss
PS Segue mail amanhã...
Loli, é engraçado como teus comentários pra mim, parecem ler-me a alma! Serás vidente? Adivinhadora? Mediúnica? Cartomante? Quiromante? Ou simplesmente, sensível? Obrigada amiga, teus comentários me fazem bem! Caminhei sim, em meio às brumas e, no meio delas, achei o caminho...Aguardo teu email, ansiosamente!Beijos mil!
Somos, realmente aquilo que queremos ser.Temos de ser responsáveis por nossos atos.
Por mais que não se queira ver, tudo que existe teve uma origem, a esta origem, cada um pode dar o nome que quiser. Eu a chamo de Deus.
Um beijo.
Glorinha, uma coisa que aprendi na única vez que fiz terapia é que ninguém faz nada a ninguém, nós é que damos licença para as coisas boas e ruins terem em nossas vidas o tamanho que resolvemos destinar a elas. O problema é estarmos vem equilibrados para não errar a dosagem de nossos sentimentos.
Beijos,
Oi Élys, é, cada um dá um nome ou crê no que mais lhe conforta...é isso aí! Beijos,
Oi Malu, no sábado mesmo falei sobre isso...nós é que permitimos certas coisas nas nossas vidas. Tudo acontece com ou sem o nosso aval...belo comentário, obrigada, beijos,
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